Canções americanas (2)

Ah! azevinheiro em minha janela
mas meu coração não está mais lá;
estreita era a cama – nós dois nela,
mas meu amor está amarrado lá.

Mas meu amor está amarrado lá
onde a grama está sempre verde
o silêncio permite ao nightingale
cantar sem que o deserdem.

Cantar sem que o deserdem
o poeta deseja desde Homero;
sem Calipso o verso tecer-lhe
com saudades partir austero.

Com saudades, partiu austero
sobre o mar do Caribe e além –
só desejava um passarinho
do cerrado que o acordasse
de madrugada
de volta ao domo donde provém.

./.

Plantation, Fl, 15.02. GYN, 23.02.17

Avatar de Adalberto Queiroz

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3 respostas para “A gênese de um livro (III)”.

  1. Avatar de Adalberto Queiroz

    Republicou isso em Literatura Goyaze comentado:

    Drafts de poemas, 2017 (III).

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  2. Avatar de Ercília Macedo-Eckel

    Você conseguiu um belo efeito estético e sonoro utilizando-se da anadiplose nesse poema: em que o último verso de cada estrofe é o mesmo que inicia a estrofe seguinte. Tal recurso é muito utilizado pelos grandes escritores, tanto em prosa, como em poesia. Parabéns.

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    1. Avatar de Adalberto Queiroz

      Obrigado, professora Ercília Macedo-Eckel. Seguindo os conselhos do mestre Alberto da Cunha Melo.

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