MANUEL BANDEIRA (1886-1968), poema vertido ao inglês por Elizabeth Bishop.
O ÚLTIMO POEMA | MY LAST POEM |
Asssim eu queria o meu último poema | I would like my last poem thus |
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais |
That it be gentle saying the simplest and least intended things |
Que fosse ardente como um soluço de lágrimas | That it be ardent like a tearless sob |
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume | That it have the beauty of almolst scentless flowers |
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos | The purity of the flame in which the most limpid Diamonds are consumed |
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação. | The passion of suicides who kill themselves without explanation. |
Esta Antologia provê uma visão de 14 poetas brasileiros notáveis à altura da publicação (1972), de uma geração que os editores intitulam “Modern Generation” e da Geração do pós-guerra (A Geração de ’45). De Manuel Bandeira a Ferreira Gullar, a antologia contempla aqueles poetas que passaram na seleção de leitura da “estrangeira” Bishop vivendo no Brasil, com a sua sensibilidade poético-cultural aguçada. Incluir Marcos Konder Reis entre os 14 seletos, parece um critério advindo do grupo de convivência da poetisa e de sua companheira Lota de Macedo Soares, quem sabe?!
Constata-se que Bishop e Emanuel Brasil conseguem uma visão interessante, embora não abrangente da poesia brasileira, para americano v(l)er, reunindo diversos tradutores – entre eles Ashley Brown que encarou com êxito a versão para o inglês de alguns trechos de Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto.
Ainda na mesma antologia, temos 20 poemas de João Cabral de Melo Neto (incluindo os trechos de Morte e Vida), vertidos ao inglês por diferentes poetas (e tradutores) norte-americanos. Cabral é o mais aquinhoado na antologia e isso porque deve ter correspondido ao que mais agradou a Elizabeth Bishop – em sua descoberta do nosso país – onde viveu por mais de 15 anos, aprendendo a ler e a escrever nosso idioma (a falar nem tanto, como dizia em carta a amigos).
Quem sabe em futuro próximo, volte com outras transcrições? Por ora, fica o Bandeira acima e esta imagem “scanned” de A Educação pela Pedra, traduzido por James Wright.
Fonte: “An Anthology of Twentieth-Century Brazilian Poetry”, Edição e introdução de Elizabeth Bishop e Emanuel Brasil. Trad. Bishop et alli. Wesleyan University Press, Middletown, Connecticut, 1972; p.2/3.
Manuel Bandeira era um poeta extraordinário, amigo Adalberto. Se fosse este o último poema, teria fechado o ciclo com chave de ouro…
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Obrigado por visitar e comentar, poeta Marcos Avelino.
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