Rememória – 120 Anos de Cecília Meireles

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Conversei com Fernanda Correia Dias Meireles, neta de Cecília Meireles, rememorando os 120 anos da poeta, que nasceu em 1901 e faleceu em 1964.

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Estão falando sobre “O rio incontornável”

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Leia mais no Jornal Opção (Goiânia) – clique sobre a figura abaixo.

Artigo em O Popular, Goiânia

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“Mulher é desdobrável” (Adélia Prado)

Em referência ao Dia Internacional da Mulher, lembro aqui um poema de Dona Adélia.

Adélia Prado é a primeira mulher a ganhar a premiação na categoria 'Conjunto da Obra' | © Jackson Rommanelli
Nascimento: 13 de dezembro de 1935 (85 anos), Divinópolis, Minas Gerais.
© Foto: Jackson Rommanelli

Com licença poética
******Adélia Prado
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
++++
Fonte: Bagagem. São Paulo: Siciliano. 1993. p. 11.

Poema inédito 2020 (2)

Isaías fala (1) 

Qual tecelão, eu ia tecendo a minha vida,
mas agora foi cortada a sua trama
.”

Contrito, o poeta lê o livro do profeta hebreu.
Em busca de palavras, abre o livro, medita sua letra.


Antes fora o medo, é bom que se diga;
e não fonemas, o que à leitura o moveu.

Antes ainda, o apocalipse diário o deixara
frente ao oráculo, e conheceu a infertilidade.

Isaías fala em nome de Deus, que com a brasa
sob a tenaz do Anjo, este lhe tocara os lábios.

Sabemos que o rei para a parede seu rosto voltara –
e chorou, como choro eu, choras tu, choramos todos.

O rei chorou, ao ouvir do profeta o veredito:
– “Vais morrer!”.
O rosto do rei é o teu rosto, leitor apaixonado:
a face dele, dita banhada – eu te digo: de medo turvada,
é tua face; o medo que tenho eu, tens tu, temos todos.

Porém, o profeta o fez imaginar possível um novo pacto
com a vida – como a reencontrou Ezequias, rei de Judá.

Então, o rei rezou e com Deus fez novo pacto, pois não queria morrer.
(Só os vivos louvam o nome de Deus, não me tires dentre os viventes.) Naquele tempo, havia um relógio de sol –
e o Senhor reconsiderou sua sombra atrasar…

Os dez graus da sombra no relógio de Acaz atrasada
significavam 15 anos à vida do rei de Judá adicionados.

Quem sabe ao poeta Deus conceda o mesmo, Isaías amado?

Poemas inéditos, 2020 (1)

Isaías fala

Vida minha vida de tecelão,
que vai tecendo malha simples
tal qual a de todo cidadão –
era trama antes de lhe cortarem
de uma vez sua essência de trama,
agora não há tear ou urdidura,
não há pente que permita levantar
ou abaixar a vista do que tecendo estava,
não há passagem tecida; não há nada –
só a parede que recebe o pranto;
e o choro sobe ao alto: até o rei de Judá chorou.

Que agulha, qual navete a mim deixada,
antes que o relógio de Acaz seja atrasado
e produza a sombra: os quinze anos a mais
que lhe são dados de sonho antes do Sono?
Urdidura de tudo é tensa; não resolve a parada.
Sentindo o coração doente de desejo,
de morte tenho a alma adoentada.

O cancioneiro de Sebastian Arrurruz

O Pedro Sette-Câmara é um experiente tradutor. Vale ler. O poeta Hill foi primeiramente leitura recomendada pelo brilhante vate carioca Bruno Tolentino. Siga os links.

Cora Coralina, 130 anos: Os poemas, as receitas e os livros – Infográficos – Estadão

Leiam sobre Cora, mas sobretudo, leiam-na.
https://www.estadao.com.br/infograficos/cultura,cora-coralina-130-anos-os-poemas-as-receitas-e-os-livros,1026023?utm_source=estadao:ibope&utm_medium=newsletter&utm_campaign=cultura::e&utm_content=link:::&utm_term=::::

No aniversário de 116 anos do poeta Drummond, ouça poesia falada por Paulo Autran

Citar

Carlos-drummond-de-andradeCarlos Drummond de Andrade (1902-1987) – hoje, portanto, seria seu 116o. Aniversário.
Salve o poeta brasileiro!
No link, você encontra uma série de poemas falados pelo saudoso ator Paulo Autran.
Clique no link para pular ao YouTube:
via Poesia Falada Carlos Drummond de Andrade por Paulo Autran – YouTube

América: roteiro literário

Olá! leitor(a):
Estive ausente por umas semanas, tempo em que aproveitei para fazer um roteiro diferente nesta viagem à América e o blog recebeu manutenção da competente equipe de Suporte WordPress.

Roteiros literários (1).
Abaixo, uma sequência de crônicas literárias da viagem que planejei assim no RoadTrippers – Literary Tour of New England.

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Feito o planejamento, seguimos – nem tão à risca assim, o roteiro. E por onde fomos passando, fruímos a experiência da vida de escritores da rica região da Nova Inglaterra (New England), com direito a um “excursus”, que foi à visita à nossa afilhada Juliana Sena, na Cidade do Québec, dali um pulo a Montréal e retorno aos EUA.
Acompanhe como ficaram as crônicas desta viagem nos links abaixo.

I – Boston, JFK & Hemingway Biblioteca/Museu.

JFK, primeiro presidente católico dos EUA, faria 100 anos no passado 24 de maio.

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“Jack”, como era chamado em casa, foi aluno relapso mas brilhante observador da realidade. Suas notas baixas que incomodavam o pai Joseph Kennedy, não o impediram de seguir a carreira de escritor, em que estreou com “Why England Slept” (não traduzido no Brasil)

 

II
d1207247-4974-44f4-8a00-30551281767eA primeira parada, depois da visita a Boston e ao Museu JFK e sua coleção de Ernest Hemingway, sigo para uma cidadezinha próxima (Derry, situada no Estado de New Hampshire, entre Salem e Manchester) para a visita à “Frost Farm”, casa-museu dedicada à memória de Robert Frost.

III
Robert Frost, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain e Wallace Stevens sempre estiveram em meu radar de leitor e procurar conhecer mais sobre as suas vidas sempre me pareceu um desejo natural.

Ao visitar as casas que são dedicadas à memória de quatro deles, constato que há uma humanidade que salta dos objetos, dos móveis, dos fracassos e sucessos vividos nessas casas.
Ou seja: “A recordação tem frente e fundos,/ É tal e qual uma casa” – consoante ao poema de Emily Dickinson. Continue lendo…