Amanheci uma vez mais na Praia do Pecado, espectador embevecido do nascimento do Sol. Fotografei com o mesmo entusiasmo e admiração numa jamais repetida repetição, porque não existem dois nascer-do-Sol iguais, duas fotos iguais, dois estados de alma iguais. A Natura improvisa magistralmente a cada segundo por mim respirado, suas policromáticas e fortes pinceladas sobre o Pano de Cena do imenso palco do Espetáculo da Vida…
…Depois, arrasto-me de volta ao meu status de mortal subjugado às vontades de outros mortais subjugados, que o são a uma cadeia hierárquica subjugada ao lucro, ao lucro, pelo lucro que é conditio sine qua non. Sem lucro, sem atividade – sabemos. E sem atividade, reflito, eu representaria o nascer do Sol em gravura rupestre, não em fotografia. Não falta neste mundo quem deseje e mate pela volta às cavernas. Eu não me importaria, contanto que as cavernas tivessem geladeiras, fogões, camas, etc…
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