Murilo Mendes:
SANTORO*
- A ética da exatidão.
- Um lucano que se tornou grego. Hipótese perigosa, talvez falsa; mas fascinante. De qualquer maneira, um certo Santoro definitivamente tornado Santoro. Henrique IV pelo avesso, cheque-mate a Pirandello. Transportamo-nos à Sicília.
- “As coisas têm raízes e ramos“: portanto cada um tem a sua terra e o seu céu. O verdadeiro artista possui uma terra e um céu portáteis que tem de explorar diariamente.
- Há sonho na poesia, na música, na pintura, no cinema; até na filosofia, nas propostas ideológicas e políticas. Não há sonho nestas esculturas. Freud e o daemon do inconsciente nada têm a ver aqui. Arte diurna, rigorosa.
- As esculturas olham-nos; devemos ser dignos desse olhar.
(…)
- Se Deus frequentasse a Universidade estudaria somente geometria.
- Confúcio: `Pura luz sem contornos´.
- Confúcio: ´Olha direito dentro dos teus pensamentos`.
(…)
Roma, 1971. *Extraído de “Murilo Mendes. Poesia Completa e Prosa” (vol. único), Org. Luciana Stegagno Picchio, Edit. Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1995. Pág. 1333.