La Beauté (C. Baudelaire)
Je suis belle, ô mortels ! comme un rêve de pierre,
Et mon sein, où chacun s’est meurtri tour à tour,
Est fait pour inspirer au poète un amour
Eternel et muet ainsi que la matière.
Je trône dans l’azur comme un sphinx incompris ;
J’unis un coeur de neige à la blancheur des cygnes ;
Je hais le mouvement qui déplace les lignes,
Et jamais je ne pleure et jamais je ne ris.
Les poètes, devant mes grandes attitudes,
Que j’ai l’air d’emprunter aux plus fiers monuments,
Consumeront leurs jours en d’austères études ;
Car j’ai, pour fasciner ces dociles amants,
De purs miroirs qui font toutes choses plus belles :
Mes yeux, mes larges yeux aux clartés éternelles !
A Beleza (Baudelaire)*Trad.:Jamil Almansur Haddad.
Eu sou bela, ó mortais! Como um sonho de pedra,
E meu seio, em que sempre o homem absorve a dor,
Feito é para inspirar aos poetas este amor
Mudo e eterno que na matéria medra.
Eu impero no azul, esfinge singular;
Sou coração de neve e branco cisne lento;
Porque desloca a linha, odeio o movimento,
E nem sei o que é rir, nem sei o que é chorar.
Sempre o poeta, porém a esta grande atitude
Que eu pareço copiar de uma estátua distante,
Força é que, dia a dia, austero o ser, me estude.
Tenho para encantar este dócil amante,
Pondo a beleza em tudo, os mais puros cristais:
Meu olhar, largo olhar de clarões eternais.
—–
*Trad.:Jamil Almansur Haddad, em “As Flores do Mal“, C. Baudelaire, Clássicos Garnier, Difel, S.Paulo, 1958, pág. 117.
Beto.
Não estou mais utilizando meu e-mail no Terra. Não sei porque eles não o deletaram. Hoje fui lá e existia. E havia cumprimentos teus por meu aniversário. E eu fiquei sabendo hoje… Que vergonha…
Mais vergonha ainda de não saber francês. Uma coisa, não esbarraste no depois do “na” no quarto verso. Acho que sim, não?
Saudades do amigo, muitas.
Gigantesco abraço.
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Welcome back, meu amigo.
De fato, Milton, enviei cumprimentos pelo seu níver em agosto passado.
Saber francês é um luxo hoje bastante dispensado, até pelo Itamarati.
Bom ver você de volta por aqui, como leitor atento. Já corrigi o que o wordpress tinha descarrilado – a boa colocação dos versos na ´página`.
Amitiés,
Beto.
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Respondi lá, é óbvio!
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Reblogged this on Adalberto de Queiroze comentado:
Em nome da quantidade de leitores que procuram este post, no Google ou no Stumble Upon, acho que vale a pena republicar
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