AOS LEITORES.
A vocês, seis fiéis que vêm sempre em busca do pão cotidiano da poesia, lamento ter que lhes absorver o tempo como esponja em água suja para falar do tempo dividido que vivemos.
Como sabem, o Brasil vive à beira da ruptura institucional. Apodrecidas práticas políticas e ações nas sombras levaram ao limite a boa vontade de toda a gente, à espera de uma solução pacífica, negociada, razoável e “republicana” – eu que sou monarquista não confio no termo, mas vá lá – é o que se tem.
Impossível de vir e, mesmo diante da mais evidente manifestação de desapreço ao governo de Dilma Rousseff e das mazelas da política praticadas por muitos, mas principal e sistematicamente pelo partido da presidente e do ex-presidente Luis Inácio da Silva, o Lula, pessoas deram demonstração inequívoca de querem mudanças já!
Ao contrário de uma resposta positiva, os donos do Poder achincalham toda a gente com a ação sombria e a prática típica de gângsters. A linguagem deturpada expõe a alma em desordem. Já o filósofo Eric Voegelin dizia sobre o tema Ordem na gestão pública como consequência da ordem interna – e vice-versa. Sobre isso, falei há algum tempo e ilustrei (ver link abaixo).
Eric Voegelin e a Ordem na História.
Creio, firmemente, que a Ordem é resultado da Paz interior e entre os cidadãos. E, por decorrência, vejo o Brasil em completa desordem mental e espiritual – do que o caos e a “aporia” (R.Romano) – o beco-sem-saída da política é consequência e não causa.
A ordem nos ambientes públicos – como na Escola, na Igreja, no Estádio, nos meios de transporte etc. – é consequência da Ordem no interior das pessoas; sendo requisito para a boa e harmoniosa convivência e a PAZ.
Em conclusão, cito um texto do ministro-decano da mais alta corte brasileira, reagindo aos achaques do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, o desordeiro maior que chamou o STF de uma corte acovardada.
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento de Celso de Mello – a fonte é o site G1 globo.com:
Os meios de comunicação revelaram, ontem, que conhecida figura política de nosso País, em diálogo telefônico com terceira pessoa, ofendeu, gravemente, a dignidade institucional do Poder Judiciário, imputando a este Tribunal a grosseira e injusta qualificação de ser “uma Suprema Corte totalmente acovardada”!
Esse insulto ao Poder Judiciário, além de absolutamente inaceitável e passível da mais veemente repulsa por parte desta Corte Suprema, traduz, no presente contexto da profunda crise moral que envolve os altos escalões da República, reação torpe e indigna, típica de mentes autocráticas e arrogantes que não conseguem esconder, até mesmo em razão do primarismo de seu gesto leviano e irresponsável, o temor pela prevalência do império da lei e o receio pela atuação firme, justa, impessoal e isenta de Juízes livres e independentes, que tanto honram a Magistratura brasileira e que não hesitarão, observados os grandes princípios consagrados pelo regime democrático e respeitada a garantia constitucional do devido processo legal, em fazer recair sobre aqueles considerados culpados, em regular processo judicial, todo o peso e toda a autoridade das leis criminais de nosso País!
A República, Senhor Presidente, além de não admitir privilégios, repudia a outorga de favores especiais e rejeita a concessão de tratamentos diferenciados aos detentores do poder ou a quem quer que seja.
Por isso, Senhor Presidente, cumpre não desconhecer que o dogma da isonomia, que constitui uma das mais expressivas virtudes republicanas, a todos iguala, governantes e governados, sem qualquer distinção, indicando que ninguém, absolutamente ninguém, está acima da autoridade das leis e da Constituição de nosso País, a significar que condutas criminosas perpetradas à sombra do Poder jamais serão toleradas, e os agentes que as houverem praticado, posicionados, ou não, nas culminâncias da hierarquia governamental, serão punidos por seu Juiz natural na exata medida e na justa extensão de sua responsabilidade criminal!
Esse, Senhor Presidente e Senhores Ministros, o registro que desejava fazer.”
Como se vê pelo pronunciamento do Min. Celso de Mello, então presidente do STF, enquanto ele era presidente da República, esta de agora não é a 1ª vez que o infeliz achaca o Judiciário com palavras vis. Mas desta vez, ele irá se arrepender amargamente. As gravações das conversas dele deixaram o ex-rei nu, em um corredor polonês onde todos querem tirar uma lasca da sua pele.
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Amigo Beto, diante de tantas coisas acontecendo em nosso país, afugentando a esperança e semeando renovadas pragas, a única certeza que ainda temos é de que Deus é o senhor do tempo.
Logo, em algum momento do amanhã, haverá lugar para que ela renasça, ganhe corpo e espalhe luz sobre as trevas que hoje tomam conta das ruas, gabinetes e, infelizmente, corações.
Abraço fraterno.
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Caríssimo PAULO LIMA.
Obrigado por visitar e comentar. Sua presença incentiva-me a continuar refletindo e rezando.
Sim, a Esperança com E maiúsculo nunca morre.
Abração do
Beto.
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