Poema–nova safra


I

Conceder à palavra o silêncio
para daí colher mais eficácia;
e assim procedendo ouvidos moucos –
falares inconsequentes; intermináveis
algaravias; ruidosos parlatórios – silenciam.

Dar-se a si mesmo silêncio:
– por que não me calo!?

Quiet and calm ouvir a voz interior
feito ouvisse conselho de pai –
No teu caso, de avoengos.

E assim obter mais autor
idade do olhar procedente
ante o ruído do século
foge o autor da trapaça.

Fazer voto de silêncio –
doar um par de óculos
usados como ex-voto;
esperando paz-mosteiro
na basílica da poiesis
olhar assim co’os mesmos
e baços olhos que vêem:
o Criador e a criatura –

– Pai, o que queres que eu faça ?

*******
Para “Cadernos de Sizenando”, vol. II, em preparo.

Publicidade

Deixe uma resposta

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.