As coisas só me penetram

quando estou livre e humilde.

As ondas, as músicas mais simples,

os longes,íntimas palpitações

de um mundo sem idade,

vêm aninhar-se no meu peito

como asas fluídicas da vida.

Depois vou-me embora,

leve e corajoso.”

++++
Fonte: DÉCIO Filho, José. (1918 — 1976) – “Poemas e Elegias“, Editora Lastri/Premio Caixego, 1979, pág. 29. Mais sobre o autor.

Avatar de Adalberto Queiroz

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2 respostas para “Grave elegia”.

  1. Avatar de Magaly

    A densidade que o poeta exibe já se faz sentir no título do poema. É elegia e grave. Destila sentimentos íntimos com estilo e elegância. Lembra Carlos Drummond e seu ritmo natural, distanciado de métrica e rima. É um poema profundo, belo, trabalhando emoções humanas com maturidade, engenho e arte.

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  2. Avatar de Adalberto De Queiroz

    Seja sempre Bem-vinda, MAG.
    O livro de José Décio Filho é de 1953. Este poema foi retirado da reedição de 1974. Há quem veja em Zé Décio filiação à obra de Kierkegaard (Oscar Sabino, 74).
    Obrigado pela leitura atenta e pelo comentário.
    Fraternellement,
    Beto.

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