Um tempo Cinzento: Brasil 2014–a transparência do Mal…Misererê!

Com Licença Poética, eis que se anuncia a lucidez da poetisa mineira Adélia Prado!
A seguir, neste link, veja a entrevista completa de dona Adélia Prado: é lucidez de Poeta-Profeta!

ADÉLIA nos alerta que estamos vivendo “um tempo cinzento… em que o Mal está em toda parte, por todo canto dos poderes do Brasil e isso gera um país triste…

“Nós estamos vivendo um momento muito esquisito, um momento muito triste. É uma ditadura disfarçada. Não me sinto em um país democrático. (…) Na ditadura (militar) nós estávamos mais vivos do que estamos agora.”

“Eu não me sinto vivendo numa democracia” (Adélia Prado).
“Ai, a ausência de Qualidade do nosso Parlamento…”

Sobre a omissão dos intelectuais, ditos de esquerda: “Os intelectuais estão ausentes… os ditos artistas, intelectuais de esquerda…essas pessoas se calaram”.
”Os que faziam o panegírico
do PT, não tiveram a humildade de dizer: ERRAMOS!”
O País está naquele estágio em que Jean Braudillard chamava de
transparência do Mal”…
Ele, o Mal, está por toda a parte, em todos os poderes da República, na vida do país.

Vivemos num país que é como “comida envenenada”.
“Isso tudo me dá uma ‘aflição danada’…”

Será que só a Poetisa sente isso?

A banalidade do Mal tirou da República sua face alegre…
Talvez por isso mesmo as bandeiras verde-amarelas não tremulam a 25 dias da Copa do Mundo.

A honestidade intelectual e a coragem desta poetisa mineira já vem de longe, no livro de estréia:

“Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.”

(Com Licença Poética, Adélia Prado)

Um desabafo tão lúcido assim tem a ver com um tema histórico, recorrente na história da humanidade: a banalidade do Mal.

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Um tempo Cinzento: Brasil 2014–a transparência do Mal…Misererê!

Com Licença Poética, eis que se anuncia a lucidez da poetisa mineira Adélia Prado!
A seguir, neste link, veja a entrevista completa de dona Adélia Prado: é lucidez de Poeta-Profeta!

ADÉLIA nos alerta que estamos vivendo “um tempo cinzento… em que o Mal está em toda parte, por todo canto dos poderes do Brasil e isso gera um país triste…

“Nós estamos vivendo um momento muito esquisito, um momento muito triste. É uma ditadura disfarçada. Não me sinto em um país democrático. (…) Na ditadura (militar) nós estávamos mais vivos do que estamos agora.”

“Eu não me sinto vivendo numa democracia” (Adélia Prado).
“Ai, a ausência de Qualidade do nosso Parlamento…”

Sobre a omissão dos intelectuais, ditos de esquerda: “Os intelectuais estão ausentes… os ditos artistas, intelectuais de esquerda…essas pessoas se calaram”.
”Os que faziam o panegírico
do PT, não tiveram a humildade de dizer: ERRAMOS!”
O País está naquele estágio em que Jean Braudillard chamava de
transparência do Mal”…
Ele, o Mal, está por toda a parte, em todos os poderes da República, na vida do país.

Vivemos num país que é como “comida envenenada”.
“Isso tudo me dá uma ‘aflição danada’…”

Será que só a Poetisa sente isso?

A banalidade do Mal tirou da República sua face alegre…
Talvez por isso mesmo as bandeiras verde-amarelas não tremulam a 25 dias da Copa do Mundo.

A honestidade intelectual e a coragem desta poetisa mineira já vem de longe, no livro de estréia:

“Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.”

(Com Licença Poética, Adélia Prado)

Um desabafo tão lúcido assim tem a ver com um tema histórico, recorrente na história da humanidade: a banalidade do Mal.

Abel e a Máquina Tricolor revivida

A “Máquina Tricolor” em 75, diz Nélson Motta em seu livro sobre o Fluminense: “…tinha uma boa defesa, sólida e vigorosa, mas Travaglini (o técnico, n.d.b.) acreditava que o seu ponto fraco era justamente o que deveria ser o mais forte. O zagueiro Abel, também da Seleção Brasileira, jogava duro e era implacável, muitas vezes até violento na marcação dos adversários, como deve ser um bom xerife da grande área.
Era alto e forte e muito querido e respeitado pelos companheiros. Na concentração era suave e discreto, gostava de ficar dedilhando o piano romanticamente. Abel era louco pelo Fluminense, tricolor doente desde criança, e a cada falha sua ou derota do time sofria duplamente, como profissional e principalmente como torcedor. Chorava no vestiário, amargava culpas atrozes, sofria como um condenado. Seu coração grande e mole estava prejudicando seu futebol. Abel era sentimental e e tricolor demais para a “Máquina Tricolor” e Travaglini [o técnico] queria um tão bom quanto ele mas sem esses vínculos sentimentais…”

E agora, Abel, nosso “Travaglini” do Tetra Tricolor deve pensar a cada entrada em campo como o menino Tricolor deve saudar o passado com o bordão:
– Saudações Tricolores!
É assim que se faz, mr. Abel e
Viva o Fluminense. Viva ABEL.
Flu: Campeão do Brasileiro 2012!

Kit básico para comemorar o título amanhã:
Flu 2012

++++
Fonte: MOTTA, Nelson (com Pedro Motta Gueiros). Fluminense: A Breve e Gloriosa História de uma Máquina de Jogar Bola, Ediouro, RJ, 2004, pág. 22/23.

Abel e a Máquina Tricolor revivida

A “Máquina Tricolor” em 75, diz Nélson Motta em seu livro sobre o Fluminense: “…tinha uma boa defesa, sólida e vigorosa, mas Travaglini (o técnico, n.d.b.) acreditava que o seu ponto fraco era justamente o que deveria ser o mais forte. O zagueiro Abel, também da Seleção Brasileira, jogava duro e era implacável, muitas vezes até violento na marcação dos adversários, como deve ser um bom xerife da grande área.
Era alto e forte e muito querido e respeitado pelos companheiros. Na concentração era suave e discreto, gostava de ficar dedilhando o piano romanticamente. Abel era louco pelo Fluminense, tricolor doente desde criança, e a cada falha sua ou derota do time sofria duplamente, como profissional e principalmente como torcedor. Chorava no vestiário, amargava culpas atrozes, sofria como um condenado. Seu coração grande e mole estava prejudicando seu futebol. Abel era sentimental e e tricolor demais para a “Máquina Tricolor” e Travaglini [o técnico] queria um tão bom quanto ele mas sem esses vínculos sentimentais…”

E agora, Abel, nosso “Travaglini” do Tetra Tricolor deve pensar a cada entrada em campo como o menino Tricolor deve saudar o passado com o bordão:
– Saudações Tricolores!
É assim que se faz, mr. Abel e
Viva o Fluminense. Viva ABEL.
Flu: Campeão do Brasileiro 2012!

Kit básico para comemorar o título amanhã:
Flu 2012

++++
Fonte: MOTTA, Nelson (com Pedro Motta Gueiros). Fluminense: A Breve e Gloriosa História de uma Máquina de Jogar Bola, Ediouro, RJ, 2004, pág. 22/23.

Félix the cat ou: repouse em paz, grande goleiro!

Eu era um adolescente nos anos 70, quando o Fluminense me conquistou como equipe vibrante, bonita e charmosa. E conquistou títulos. Na minha memória afetiva, o Flu era campeão todo ano ímpar…
Não estou certo sobre isso. O de que tenho certeza é que as pessoas de opinião e charmosas torciam pro FLU, inclusive a minha paixão recôndita no Científico (segundo grau da época), que me fez amar o Pasquim e o Flu, uma carioca de pele de porcelana e mente de fibras.

O mais importante é que a pessoa decisiva da crônica de O Globo, meu jornal por excelência, o sr. Nélson Rodrigues, era um fluminense doente. Nélson Motta mostrou tudo o que era essa paixão em “Breve e gloriosa história de uma máquina de jogar bola”, de resto já relatado em Flu, passado de glórias.


Mas agora estamos diante da tristeza da perda de um de nosso “guerreiros do passado”. Félix, o goleiro do Flu e da Seleção de ´70.
Será que cabe aqui pensar: “A torcida do Fluminense é a mais doce, a mais iluminada de todas as torcidas do Brasil e do mundo!” (como dizia o tricolor Nélson Rodrigues)?

– Pois acho que sim, digo eu; e cabe pensar… A doçura passa por reconhecer o mérito do Outro e dar ao homenageado todos os louros da vitória. Até porque sabemos que Félix não era o melhor goleiro do Brasil, mas sempre foi o mais querido.

O ex-goleiro Félix Mielli Venerando, foi ídolo da torcida tricolor e do Brasil; ex-goleiro da Seleção Brasileira de Futebol campeã mundial de 1970, ele estava internado no Hospital Vitória, em São Paulo, e morreu, aos 74 anos, vítima de pneumonia. Segundo boletim médico do hospital, Félix estava internado desde o último dia 18 de agosto, por conta de uma doença pulmonar obstrutiva crônica. Félix o goleiro.

EU, quando menino em Anápolis, fui goleiro em minhas experiências frustradas de ser jogador de futebol. E, na época, aos 16/17, não queria saber se o Félix tinha ou não categoria para ser o goleiro da Seleção. Só sabia que nós éramos melhores que o Flamengo e que o goleiro do Brasil era do Fluminense… Ainda não havia o bordão do Galvão “pega que é sua,Tafarel”. Só se ouvia, Félix defende com segurança…o rádio era nossa mídia e eu sabia que a ´cidadela` do Flu ou da Seleção estava bem guardada porque tínhamos Félix, o goleiro. E ponto.
O time que ele jogava era esse, nosso glorioso e humilde FLU.

Escalação do campeão (até hoje questionado pelo Botafogo): Félix – Oliveira – Galhardo – Assis – Marco Antônio – Denílson – Didi – Wilton ( Cafuringa ) – Flávio – Ivair e Lula.


(escalação da equipe campeã de 1973. Em pé da esquerda para a direita: Parreira ( preparador físico ) – Toninho – Félix – Brunel – Pintinho – Assis – Marco Antônio e Duque ( técnico ). Agachados: Marquinhos – Kléber – Dionísio – Manfrini e Lula.

E na Seleção…assim se compunha o Félix, o goleiro. E Carlos Alberto, o capitão relembra do goleiro como “extraordinário e criticado” (pela imprensa). Félix, goleiro de 1970, extraordinario e criticado.

E antes de fechar este post com a foto da Seleção Tri-Campeã de 70, permitam-me brincar com a memória do nosso Goleiro tri-Campeão, porque me lembra sempre um personagem de quadrinhos de minha infância:

Encerro, pois, essas notas dizendo: Deus proteja a alma de Félix Mielli Venerando e nos ajude a ter um goleiro com a grandeza desse tricolor inesquecível.

Félix the cat ou: repouse em paz, grande goleiro!

Eu era um adolescente nos anos 70, quando o Fluminense me conquistou como equipe vibrante, bonita e charmosa. E conquistou títulos. Na minha memória afetiva, o Flu era campeão todo ano ímpar…
Não estou certo sobre isso. O de que tenho certeza é que as pessoas de opinião e charmosas torciam pro FLU, inclusive a minha paixão recôndita no Científico (segundo grau da época), que me fez amar o Pasquim e o Flu, uma carioca de pele de porcelana e mente de fibras.

O mais importante é que a pessoa decisiva da crônica de O Globo, meu jornal por excelência, o sr. Nélson Rodrigues, era um fluminense doente. Nélson Motta mostrou tudo o que era essa paixão em “Breve e gloriosa história de uma máquina de jogar bola”, de resto já relatado em Flu, passado de glórias.


Mas agora estamos diante da tristeza da perda de um de nosso “guerreiros do passado”. Félix, o goleiro do Flu e da Seleção de ´70.
Será que cabe aqui pensar: “A torcida do Fluminense é a mais doce, a mais iluminada de todas as torcidas do Brasil e do mundo!” (como dizia o tricolor Nélson Rodrigues)?

– Pois acho que sim, digo eu; e cabe pensar… A doçura passa por reconhecer o mérito do Outro e dar ao homenageado todos os louros da vitória. Até porque sabemos que Félix não era o melhor goleiro do Brasil, mas sempre foi o mais querido.

O ex-goleiro Félix Mielli Venerando, foi ídolo da torcida tricolor e do Brasil; ex-goleiro da Seleção Brasileira de Futebol campeã mundial de 1970, ele estava internado no Hospital Vitória, em São Paulo, e morreu, aos 74 anos, vítima de pneumonia. Segundo boletim médico do hospital, Félix estava internado desde o último dia 18 de agosto, por conta de uma doença pulmonar obstrutiva crônica. Félix o goleiro.

EU, quando menino em Anápolis, fui goleiro em minhas experiências frustradas de ser jogador de futebol. E, na época, aos 16/17, não queria saber se o Félix tinha ou não categoria para ser o goleiro da Seleção. Só sabia que nós éramos melhores que o Flamengo e que o goleiro do Brasil era do Fluminense… Ainda não havia o bordão do Galvão “pega que é sua,Tafarel”. Só se ouvia, Félix defende com segurança…o rádio era nossa mídia e eu sabia que a ´cidadela` do Flu ou da Seleção estava bem guardada porque tínhamos Félix, o goleiro. E ponto.
O time que ele jogava era esse, nosso glorioso e humilde FLU.

Escalação do campeão (até hoje questionado pelo Botafogo): Félix – Oliveira – Galhardo – Assis – Marco Antônio – Denílson – Didi – Wilton ( Cafuringa ) – Flávio – Ivair e Lula.


(escalação da equipe campeã de 1973. Em pé da esquerda para a direita: Parreira ( preparador físico ) – Toninho – Félix – Brunel – Pintinho – Assis – Marco Antônio e Duque ( técnico ). Agachados: Marquinhos – Kléber – Dionísio – Manfrini e Lula.

E na Seleção…assim se compunha o Félix, o goleiro. E Carlos Alberto, o capitão relembra do goleiro como “extraordinário e criticado” (pela imprensa). Félix, goleiro de 1970, extraordinario e criticado.

E antes de fechar este post com a foto da Seleção Tri-Campeã de 70, permitam-me brincar com a memória do nosso Goleiro tri-Campeão, porque me lembra sempre um personagem de quadrinhos de minha infância:

Encerro, pois, essas notas dizendo: Deus proteja a alma de Félix Mielli Venerando e nos ajude a ter um goleiro com a grandeza desse tricolor inesquecível.

Fluminense, campeão Brasileiro 2010. Ou: quem espera sempre alcança!

Como se sabe, o Fluminense se sagrou Campeão do Brasileirão 2010. A crônica esportiva se ocupou de noticiar tudo que pudesse ser relevante do ponto de vista do ludopédio. Eu que me ocupo de artes outras, não esqueço minha paixão pelo futebol, mesmo que esta, certas vezes, seja confundida com ausência de sensibilidade poética ou literária – o que, de resto, é  um erro de conclusão por parte de alguns intelectuais.

Sem ânimo para escrever um novo texto (um tijolaço reflexivo em que citaria as afecções da alma popular, com apoio de Michel De Montaigne), curto a paixão e a alegria de torcer pelo time Campeão.  E eis que optei por linkar um texto de 2008, que por seu turno, citava outro de 2002.

Tudo vale pela alegria tricolor que explodiu com certa contenção nas arquibancadas do Engenhão, com o primeiro título brasileiro de um time de futebol naquela arena, como quem dissesse, lembrando-se do hino do Flu: “quem espera sempre alcança”, mesmo que canse…

Já disse em escritos antigos que, cansado de viver só de memória, sonhava com um novo título. Isso está registrado aqui.
“Ontem o Fluminense nos fez de novo sonhar, sem ter vergonha do ridículo. E dá até para repetir à exaustão o velho tricolor (Nélson Rodrigues), quando se viam as bandeiras e os panos tremulando com nossas cores (no pendão tricolor), somadas à da cor laranja que tanto apaixona os jovens torcedores – e que lembra o bairro de origem do esquadrão – , decorando a arquibancada do maior do mundo, e provando a tese de Rodrigues:
“A torcida do Fluminense é a mais doce, a mais iluminada de todas as torcidas do Brasil e do mundo!”.

Sobre uma foto feita no Maracanã e inspirado em texto do maior tricolor de todos os tempos – Nélson Rodrigues -, ousei  concluir que “a torcida do Fluminense é a que tem maior senso estético quando se distribui na arena do espetáculo qual um óleo de Paul Klee…”

Neste domingo passado, sonhava com um título e sofria como um torcedor comum, juntando-me à angústia dos que roiam as unhas no Engenhão. Minha razão apelava o bem presente que, é fato, demorou se realizar, mas chegou na boa dose, mas meus sentimentos eram desordenados e nada sutis. Eu via o jogo sozinho em casa, mas é como se acompanhasse os milhares que eram retratados na TV. Havia uma ansiedade que nos rondava a todos, como um sentimento antigo. E não havendo com quem partilhasse a angústia, pensava e me tornava menos propenso às afecções da alma. Sofria tanto ou mais que os que foram ao estádio. Fizemos um péssimo primeiro tempo. Precisávamos nos recuperar. O que esperava era o milagre de um gol, contra um clube já rebaixado e que tentava ser protagonista daquele ato final do campeonato de 2010.

Eis que vem uma bola daquelas matreiras, passa por todos, a todos engana, menos a um moço (Emerson) que acha um espaço para onde jogar a bola e marcar o gol do título. Substituído, Emerson – nome de excelente pensador norte-americano, reflete bem e dispensa o título de herói do título. “Herói são todos aí…”, minimiza o feito. Conca, o argentino mais carioca entre os tricolores, também sai calado, como fez nos 38 jogos do longo campeonato brasileiro. Campeonato que exige muito mais viagens e esforços do que se jogasse em sua terra natal – a Argentina.
image 
A atual máquina tricolor tem menos charme do que o relatado por Nelson Motta em sua “Breve e gloriosa história de uma máquina de jogar bola”, não tem “o medonho troféu do torneio de Paris” (ganho na década de 70), mas tem a união e a contida emoção de moços como Emerson e Conca, a disciplina tática do humilde Gum, ao lado do talento de outros tantos jovens que se tornaram ‘guerreiros’ na arena do futebol. Desde a recuperação do direito de jogar na série A do campeonato brasileiro (na batalha contra o Coritiba, em 2009), esse time fez por merecer ser o Campeão de 2010. E por ficar à altura de sua grande história. História que queria o fanático Nélson (o Rodrigues) fosse ‘eterna’… Sonhe o homem, ouse o cartola, adoeça o torcedor, a verdade deste ano é que o título veio, 26 anos depois, sem que nenhum cansaço de esperá-lo (ou mantê-lo) se esboce.

image
Titulares e reservas com cartolas e auxiliares técnicos na foto posada do título 2010.

Fluminense, campeão Brasileiro 2010. Ou: quem espera sempre alcança!

Como se sabe, o Fluminense se sagrou Campeão do Brasileirão 2010. A crônica esportiva se ocupou de noticiar tudo que pudesse ser relevante do ponto de vista do ludopédio. Eu que me ocupo de artes outras, não esqueço minha paixão pelo futebol, mesmo que esta, certas vezes, seja confundida com ausência de sensibilidade poética ou literária – o que, de resto, é  um erro de conclusão por parte de alguns intelectuais.

Sem ânimo para escrever um novo texto (um tijolaço reflexivo em que citaria as afecções da alma popular, com apoio de Michel De Montaigne), curto a paixão e a alegria de torcer pelo time Campeão.  E eis que optei por linkar um texto de 2008, que por seu turno, citava outro de 2002.

Tudo vale pela alegria tricolor que explodiu com certa contenção nas arquibancadas do Engenhão, com o primeiro título brasileiro de um time de futebol naquela arena, como quem dissesse, lembrando-se do hino do Flu: “quem espera sempre alcança”, mesmo que canse…

Já disse em escritos antigos que, cansado de viver só de memória, sonhava com um novo título. Isso está registrado aqui.
“Ontem o Fluminense nos fez de novo sonhar, sem ter vergonha do ridículo. E dá até para repetir à exaustão o velho tricolor (Nélson Rodrigues), quando se viam as bandeiras e os panos tremulando com nossas cores (no pendão tricolor), somadas à da cor laranja que tanto apaixona os jovens torcedores – e que lembra o bairro de origem do esquadrão – , decorando a arquibancada do maior do mundo, e provando a tese de Rodrigues:
“A torcida do Fluminense é a mais doce, a mais iluminada de todas as torcidas do Brasil e do mundo!”.

Sobre uma foto feita no Maracanã e inspirado em texto do maior tricolor de todos os tempos – Nélson Rodrigues -, ousei  concluir que “a torcida do Fluminense é a que tem maior senso estético quando se distribui na arena do espetáculo qual um óleo de Paul Klee…”

Neste domingo passado, sonhava com um título e sofria como um torcedor comum, juntando-me à angústia dos que roiam as unhas no Engenhão. Minha razão apelava o bem presente que, é fato, demorou se realizar, mas chegou na boa dose, mas meus sentimentos eram desordenados e nada sutis. Eu via o jogo sozinho em casa, mas é como se acompanhasse os milhares que eram retratados na TV. Havia uma ansiedade que nos rondava a todos, como um sentimento antigo. E não havendo com quem partilhasse a angústia, pensava e me tornava menos propenso às afecções da alma. Sofria tanto ou mais que os que foram ao estádio. Fizemos um péssimo primeiro tempo. Precisávamos nos recuperar. O que esperava era o milagre de um gol, contra um clube já rebaixado e que tentava ser protagonista daquele ato final do campeonato de 2010.

Eis que vem uma bola daquelas matreiras, passa por todos, a todos engana, menos a um moço (Emerson) que acha um espaço para onde jogar a bola e marcar o gol do título. Substituído, Emerson – nome de excelente pensador norte-americano, reflete bem e dispensa o título de herói do título. “Herói são todos aí…”, minimiza o feito. Conca, o argentino mais carioca entre os tricolores, também sai calado, como fez nos 38 jogos do longo campeonato brasileiro. Campeonato que exige muito mais viagens e esforços do que se jogasse em sua terra natal – a Argentina.
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A atual máquina tricolor tem menos charme do que o relatado por Nelson Motta em sua “Breve e gloriosa história de uma máquina de jogar bola”, não tem “o medonho troféu do torneio de Paris” (ganho na década de 70), mas tem a união e a contida emoção de moços como Emerson e Conca, a disciplina tática do humilde Gum, ao lado do talento de outros tantos jovens que se tornaram ‘guerreiros’ na arena do futebol. Desde a recuperação do direito de jogar na série A do campeonato brasileiro (na batalha contra o Coritiba, em 2009), esse time fez por merecer ser o Campeão de 2010. E por ficar à altura de sua grande história. História que queria o fanático Nélson (o Rodrigues) fosse ‘eterna’… Sonhe o homem, ouse o cartola, adoeça o torcedor, a verdade deste ano é que o título veio, 26 anos depois, sem que nenhum cansaço de esperá-lo (ou mantê-lo) se esboce.

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Titulares e reservas com cartolas e auxiliares técnicos na foto posada do título 2010.

1 de 200 Mega de posts

Reagindo ao evento 200.000.000 de posts do Word Press, volto a publicar rapidamente alguma coisa aqui para sentir-me menos deprimido sendo (elaborando) 1 sobre 200Mega de posts. Sorry, guys, eu sei que estou ausente, mas tenho sursis.
Além da mudança e da convivência com nossa maravilhosa casa nova, chegaram os dias de bola… Agora, nem tão intensos (para este coração cinquentão), porque a Seleção está fora, mas intensos de qualquer modo para os amantes da bola.
Depois da desclassifação da seleção do Dunga, escolhi torcer para a Celeste da Banda Oriental.
Tento esquecer que foram adversários de muita consistência no passado, que eles nos incomodaram muito na fronteira com o RS (apud Erico Veríssimo) e que praticaram o
Maracanaço na Copa de 50 no Brasil (eu nem estava aqui, by the way, só aportei no planeta em 55!). Só sei que eles merecem vencer – bem mais do que a Argentina. Contra as previsões bancárias, estou contra a Alemanha, mas em débito por conta do 4×0 contra los hermanos. Já ilustrei a derrota em meu blipFM, no entanto, sempre resta um sentimento literário que não suporta Borges e Cortázar. O que temos de volta: Alexandre Soares Silva que nunca fala sobre o ludopédio, a não ser para desbancá-lo, relacionando-o com um certo contista desbancado por A.Soares Silva, sabidamente o melhor escritor espírita do Brasil.

Chega de viver só de memória, Fluminense

Num texto de 2002, eu perguntava:

Flu … viver de Memória?

Desejava muito que o Fluminense avançasse num certo campeonato, à época e ontem, vibrei com a sua chegada à condição de finalista da Libertadores 2008. É uma alegria enorme para um torcedor cinquentão que vibra (e, sobretudo, sofre) com o Flu desde os 14 anos…Aliás, ontem à noite, sofremos todos, tendo como co-participantes de sofrimento (e alegria) futebolística: Chico e Lulu Santos aqui; Vinicius e Nélson, lá em cima.

Sofrer assim “pode parecer ridículo”, como ao cronista parecia ridículo desejar o bi-campeonato em 1960.

– Não faz mal. Eu me perdôo: ainda relembrando Nélson Rodrigues:

“Ai daquele que não consegue ser jamais ridículo…”

Nesta noite, no Maracanã, o Fluminense nos fez de novo sonhar, sem ter vergonha do ridículo. E dá até para repetir à exaustão o velho tricolor, quando se viam as bandeiras e os panos tremulando com as nossas cores, somadas à da cor laranja – que lembra o bairro de origem do esquadrão, decorando a arquibancada do maior do mundo, e provando que “a torcida do Fluminense é a mais doce, a mais iluminada de todas as torcidas do Brasil e do mundo!“.

Além de ser a torcida com maior senso estético quando se distribui na arena do espetáculo qual um óleo de Paul Klee.