Eu bebo, logo existo (2)


Mais uma dose de bom texto e bom vinho:

Segundo R. Scruton, a famosa descrição de T.S.Eliot de uma “jornada espiritual” (em Little Gidding, 4 Quartetos) pode-se aplicar a nossa “jornada de conhecimento do Vinho”. Será?
“We shall not cease from exploration,
And the end of all our exploring
Will be to arrive where we started
And know the place for the first time.” (T.S.Elliot)
++++
Em português, na tradução de Ivan Junqueira:
“Não cessaremos nunca de explorar
E o fim de toda a nossa exploração
Será chegar ao ponto de partida
E o lugar reconhecer ainda
Como da primeira vez que o vimos.”
(Lido por
Tom O’Bedlam o poema ficou assim: Little Gidding, Four Quartets, Eliot, from 4 Quartetos original inglês, por T.S. Eliot)

A boa cepa desta dose vem de “I Drink Therefore I Am” (A Philosopher’s Guide to Wine), p.54, cap. 3 (Le Tour de France). E a tradução, do vinhedo sempre exuberante do poeta brasileiro Ivan Junqueira em “POESIA, T. S. Eliot”, Nova Fronteira, 1981, pág. 234. Scruton fala do “claret”, vinho popular na Inglaterra de sua infância e quando faz o Tour de France é natural que volte ao pensador inglês, nestes termos:
”T.S.Eliot’s famous description of our spiritual journey applies equally to our journey into wine. Beginning from ‘claret’, we venture out in search of strange fruit, exotic landscapes, curious lifestyles and countries with nothing to recommend them save their wines. And after punishing body and soul wint Australian Shiraz, Argentine Tempranillo, Romanian Cabernet Sauvignon and Greek Retsina, we crawl home like the Prodigal Son and beg forgiveness for our folly. ‘Claret’ extends a warm and indulgent embrace, renewing the ancient bond between English thrist and Gascon refreshment, soothing our penitent thoughts with its quiet and clear aroma, sounding its absolution in the depths of the soul. This is the wine that made us and for which we were made, and it often astonishes me to discover that I drink anything else…” (p.54, op. cit.).
(*) Vinhos Clarete, como se diz hoje, é a forma usada para descrever os vinhos tintos de Bordeaux. Em geral, grafado com o “t” mudo: Claret. O que me lembra dos personagens de Whila Cather sobre o livro “A Morte Vem Buscar o Arcebispo”.

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