Aos que me perguntam sobre a foto do banner de meu blog aqui no WordPress, a resposta é positiva: sim, a foto é minha. Adiciono agora reflexões antigas sobre o meu primeiro encontro com o Canyon (chance de fazer a foto do banner deste blog, porque elas continuam válidas:
Lições de Abismo
Diante do monumento que é o Grand Canyon, a primeira atitude que tive foi respirar fundo e rezar. Rezei silencioso um Pai-Nosso e uma Ave-Maria, em meio ao burburinho dos turistas, ecoando para sempre na distância.
E o título do livro de Júlio Verne, que serviu de inspiração à história de Gustavo Corção, agora me ampara como a legenda da grandiosidade do Cannyon. Vejo homens e mulheres que descem às profundidades e que são na encosta pouco mais do que formigas no cenário.
Lembro-me do professor Lindenbrock e seu sobrinho Axel no rigoroso treinamento contra as vertigens: “antes de descer às profundezas, ele ensinava a galgar as alturas”, subindo uma estreita escada de uma antiga torre de igreja, em cima de um abrupto penhasco. A esses salutares exercícios o professor dava o nome de lições de abismo.
– E a nós, turistas embevecidos, quem dará as lições de abismo?
Eis que soam em meu coração, as palavras de Ecos Eternos, trocando a paisagem do oeste da Irlanda de O´Donohue pela paisagem única deste pedaço do Arizona:
“Quando encontramos um lugar na Natureza em que a mente e o coração encontram sossego, então descobrimos um santuário para a nossa alma.
“Não se verá nada dos vinte séculos. Há somente a escultura sutil que a chuva e o vento entalharam na pedra. Quando a luz surge, a pedra fica branca e lembramos que essa é pedra viva do fundo de um oceano antigo. (…)
“Nosso anseio purifica-se e ganhamos força para voltar reanimados à vida e refinar nossas maneiras de nos integrarmos ao mundo. A Natureza nos chama para a tranquilidade e o ritmo.”
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Post-post: concordo com Paulo Hecker Filho (não na mesma intensidade) que Lições de Abismo não é um grande romance, nem está à altura de “A Descoberta do Outro“, no conjunto da obra de Gustavo Corção.
Pai, lembro-me bem da sensação que tive ao ver o Grand Cannyon.
Traduziu bem nestas frases.
beijos,
Ceci
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Um dia farei aquela descida de burrico. Conforme sugerida pelo Craig.
Abraço
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Bisous, Ceci.
Bom feriado.
AQ.
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Ah, Chico, nesse plano cabe a frase pop: “me inclua fora dessa…”
Mes Amitiés,
BetoQ.
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A grandiosidade de certos pontos em que a natureza acolheu com especialidade a mão de Deus simplesmente me silenciam e me dão a dimensão da minha condição humana perante o Demiurgo e Seus planos. Gostei muito do teu comentário. Morei nos Estados Unidos mas nunca fui ao Canyon. Morei na região dos Grandes Lagos, bem a nordeste. O Lago Michigan parece o mar de tão imenso. Bom feriado amanhã. Bisous
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