ESTUDANDO a vida e a obra de São Bernardo de Clairvaux (Claraval, Fr)…. +++++++++Encontramo-nos com a força da FÉ e da persistência. O Amor a Deus que se transforma em ação tranformadora ++++++++++++++++++++++++
No domingo de Páscoa de 1113 uma grande comoção toma conta de uma multidão à porta do Mosteiro de Burundy… Um pequeno ‘exército’ de jovens nobres não procuravam o mosteiro para resolver uma disputa de terras (o que era comum naquele tempo), mas para apôr
seus nomes entre aqueles que gostariam de se juntar a Bernardo numa vida consagrada no Mosteiro.
ELES eram 30 companheiros que começaram a ordem dos Cistercenses. Monges que, apenas 40 anos, multiplicaram-se e se transformaram em milhares, vivendo uma vida consagrada em mais de 340 mosteiros em 1153, quando o “Santo Difícil” – como foi alcunhado Bernard de Clairvaux, faleceu.
============ Grande força de persuasão, firme, assustador, às vezes super-influente – essas características de São Bernardo – fizeram-no receber o epíteto de “Difícil”. Conta as hagiografias que até as mães dele escondiam os filhos, temendo que à força do convencimento (não da imposição) Bernard os levasse ao convento ou à Cruzada. ______Foi a 2a.cruzada que o levou à depressão. Com a débacle da expedição em 1148, Bernard se recolhe para escrever, em importante e decisiva contemplação, seu principal tratado – “On Consideration” (circa 1148-53). Além de sermões, tratados (como este), deixou-nos o santo mais de 500 cartas.*****”Cântico dos Cânticos” é seu Sermão mais conhecido e divulgado – foi a inspiração dos anos de maior recolhimento e preparação para a morte, ocorrida em 1153. S.Bernard de Clairvaux, inspiração para dias difíceis e espírito inundado da presença de Deus.+++++ SEU homônimo, prof. Bernard McGinn, meu amado e respeitado professor na UNM Continuing Education é uma autoridade em doutores da Igreja e das notas de conferências e do livro “The Doctors of the Church” (Crossroad Book, 1999, p.107/111).
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lendo The Doctors of the Church: Thirty-Three Men and Women Who Shaped Christianity.
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Sobre são Bernardo, eu lembro de ter lido no Russell, em sua história da Filosofia, que sua santidade não bastou para faze-lo inteligente. Era inimigo da filosofia escolástica e da arte religiosa, e como diz um verbete da Enciclopédia Britânica que o Russell cita, esse santo puritano se distingue mais pelas suas qualidades morais que intelectuais.
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Douglas, obrigado por ler e comentar.
Na verdade, BERNARDO era um clássico, no sentido de não aceitar modificações de fundo na teologia clássica. As inovações passarão ao largo do pensamento do santo. Era puro e pronfundo, naquela profundidade que não carece de iluminuras para portar seu canto. Fez enormes esforços para purificar o Canto Gregoriano e despir o local de culto de tudo que desviasse a atenção dos seus monges da visão do CRISTO.
Essa é a leitura cristã (Russell não o era!) desses dois pontos sobre a arte Citerciense e Bernardina.
Para a arte cisterciense, o essencial é que a “forma primeira reside num primeiro alicerce: viver segundo o
Espírito de Deus.” (Duarte Morgado)
A ordem cisterciense surge Cister surge num contexto histórico situado entre “dois grandes momentos estéticos e arquitetônicos, o românico e o gótico” e como um conservador que deseja reabilitar e ao mesmo tempo reformar (a ordem Beneditina) em oposição ao fausto de Cluny – é bem compreensível buscar a simplificação do espaço de culto.
Ainda da tese de Duarte Morgado, destaco: “Depois de Bernardo de Claraval haverá uma alteração do paradigma acerca da obra artística cristã. Para o “Doctor Mellifluus”(Bernardo) o conceito de “ars sacra” não se referia à
criação de peças em si mesma. Aliás, para ele, a arte não interessava como distração dos homens, qual mero prazer, mas pelo contrário, devia responder à necessidade da vida espiritual. Contemporâneo dos seus, São Bernardo assumiu profundamente na sua vida a compreensão clássica, recebida da Antiguidade e que se desenvolveria fortemente em plena Idade Média, de que a beleza não se limita ao sensível, mas que se reconhece
pela sua participação no mundo inteligível.”
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