Dia desses, a Patroa escreveu umas linhas* sobre a minha humilde pessoa. A maioria das coisas que ela disse são fantasias de mulher.
Como não sei falar sobre isso (da forma como ela o fez) e já é o dia do niver dela (madrugada alta), vou ao jardim colher algumas flores (e folhas) para o café-da-manhã com dona Sherazade, com dona Carmen (mãe de minha mulher e minha segunda mãe adotiva) e com Cecília.
O fato é o seguinte: não sei muito fazer elogios em blogs. Eu adoro falar em público e fazer o que o Hermilo Borba Filho chamava de ´lovação`. Pois eu, hoje gostaria de louvar minha mulher (hoje e sempre). Ela é 1.52m de pura energia, alegria, entusiasmo, disposição para realizar e GENEROSIDADE. Se pudesse definir minha mulher numa palavra, seria essa em letras maiúsculas.
A vida nos coloca diante de grandes escolhas: no meu caso, havia duas mulheres na Engenharia (eu era da Física – ela era a Nina da Engenharia Elétrica) e eu escolhi a melhor – e lá se vão 36 anos… (rs! e, mais tarde, quando li “Memórias de duas jovens esposas”, de Honoré De Balzac, eu tive certeza de que Helenir era “A Esposa”). Ela vem fazendo por mim e por todos nós da família Amaral Queiroz o que toda esposa e mãe tem que fazer (mas ela faz ainda melhor e com Arte).
O exemplo da minha mulher é exemplo de caráter e formação. Lembro um dia, numa festa de S.João (e não é letra de música), em que um moço se aproximou da gente e disse: “dona Helenir eu guardo um cartão que a senhora me deu quando eu era estagiário da CEF…” (e mais não digo!).
Confesso, sim, que começamos a namorar numa festa de S.João na saudosa chácara da Aseg.
Pois essa mensagem – de caráter e formação e doação de si mesma ao Outro – é a ideia que qualifica a minha mulher, a professorinha e filha de Santa Clara. A menina de Campinas (periferia de Goiânia) que olhou pro mundo (estudou, se formou em Engenharia e Francês avançado, Marketing e administração de empresas), mas nunca perdeu a humildade de quem começou ensinando as crianças (no primário) e atendendo no balcão do bar da família (onde um pedido comum era “uma pinga e um bolo era um pedido bem comum…”).
Helenir viajou comigo todos os destinos. A gente foi a alguns lugares por conta das amizades: Marrocos (Rabat & Marrakesh), Marseille e Aix-en-Provence, Porto Alegre (de volta) etc. Nossos sapatos são guardados como na música de um dos nosso amados cantores francófonos:
“moi mes souliers ont beaucoup voyagé…ils nous ont porté de école à la guerre” (et à la vie entière).
E, se Deus quiser, hei de palmilhar umas outras milhas com minha Nina até Oslo, ano que vem…
A gente cantou tantas canções, a gente chorou tantos prantos, percorremos tantos destinos iguais além daquele dos amigos: sofremos, lutamos, esperamos duas filhas e dois netos como num ninho em que se espera com alegria e ansiedade; plantamos muitas árvores em 3 casas e alguns apartamentos. Levamos nosso piano para tocar em Recife e o deixamos agora no Canto do Beto…
Helenir, seu nome é generosidade. Quando falo de você hoje é porque é um dia especialíssimo e eu aqui me sinto assim menos sozinho com você.
Babi, i´m not alone…never ´cause you are my baby for ever & ever…
Desculpa o mal-jeito de vez em quando porque também me sinto meio atrapalhado falando de nós dois…but j´ai t´aime d´amour! ma chérie…
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(*) Muito especial a homenagem que ela com muita classe me prestou, no meu aniversário.
A comadre é tudo isso mesmo… bela homenagem. abç
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