Em ferias no Novo México (EUA) curto novos hábitos: durmo e acordo cedo (sunrise e sunset aqui sao verdadeiros shows do Criador!), caminho todos os dias, tomo minha porcao diaria (nada beneditina) de vinho, me alimento como um bispo, mas sem achar muito tempo pra leitura. Convivendo com a familia, adaptei-me ao tempo dos Outros (sendo esses tao queridos mais razão achamos para isso…) ainda não achei o tempo pretendido para a leitura.
Como as ferias pra mim tem um significado especial ao me proporcionar muito tempo para a contemplação e a leitura, planejo mudar para achar mais tempo para mim mesmo. (Ja notaram, meus 3 leitores, que o teclado em posição – imutável : “EN”, nao proporciona acentos e cedilhas, portanto, paciência com esse item…o corretor do WordPress me ajudou um pouco aqui).
Trouxe na bagagem apenas um Simenon, que minha mulher leu durante o voo (e eu ja havia lido) e um Reale (REALE, Giovanni. “O Saber dos Antigos. Terapia para os Tempos Atuais”, Ed. Loyola, 1999.), que leio vagarosamente (como deve ser as leituras filosoficas).
Ontem, comprei uma biografia de Emily Dickinson e comecei a ler, sem pretensoes de terminar ate o final dessa curta temporada nos EUA.
“The Life of Emily Dickinson“, Richard B.Sewall, Ed. Harvard University Press, 2003. Agradou-me muito porque baseada em fontes primarias, buscando o que o autor chama de “factual context against which any theoretical interpretation“. Iniciada a leitura, prometo voltar com transcriçoes e comentários.
Por ora, vendo o mundo desde a mirada deste suburbio de Albuquerque, aos pes de uma montanha (Sandia Mountain), donde o sol se levanta, resta-me dizer-lhes, diletos amigos, que vejo o mundo com os olhos de (jovem) vovo, com pouco tempo para estar com voces. Mais me dedico a ver o nascer do sol e as manhas (com e sem circunflexo, by the way) do meu neto, nesse lugar em que o tempo nessa epoca e ameno e agradavel ao visitante e em que os pratos sao “spiced and chili“, como convém a boa tradição do New Mexico.
E so pra matar a saudade daqueles que (como este bloguero) amam Emily Dickinson, transcrevo esse poema e fico devendo a tradução (se e que a tenho, em casa, qui c’est?!):
“This is my letter to the World
That never wrote to Me –
The simple News that Nature told –
With tender Majesty
Her Message is commited To Hands I cannot see –
For love of Her – Sweet – countrymen –
Judge tenderly – of Me.
(1862, p.713, op.cit).