Livros essenciais para o leitor Cristão

DO BLOG “O Camponês”, de meu amigo Sérgio de Sousa.TopoCampones

Meu amigo Sergio de Souza saiu perguntando aqui e ali:

Quais os livros que todo Cristão não PODE deixar de ler?
O resultado da enquete está neste post que republico agora.

As minhas respostas foram incluídas numa lista de eméritos leitores do Camponês, com a ressalva de que são livros que DEVEM ser lidos.
Então, encontro no resultado da enquete uma plêiade de pessoas e a frase lapidar:
“Uma das respostas mais bacanas e perspicazes que recebi foi a do nosso acidentado – e em franca recuperação! – professor Carlos Ramalhete:
– “Não existem. É perfeitamente possível ser santo e analfabeto.”
EU VOS DIGO que esta resposta de outro amigo, Igor Taam foi surpreendente e assino embaixo, embora eu tenha listado a Bíblia Sagrada e o Catecismo – pois que a marioria dos cristãos hoje seguem mais o colunista do jornal diário do que os Pais da sua (de cada um) Igreja.

– “Como outro entrevistado também tocou no assunto – Igor Taam, um amigo ortodoxo, cujo comentário sobre os livros será publicado aqui no blog ainda essa semana – gostaria de deixar bem claro que, quando utilizei o verbo “dever” estava querendo saber dos livros mais importantes, os mais inspiradores, os que provocaram mais “espanto” e impacto na vida de cada entrevistado. Não incluí a Bíblia e o Catecismo de cada denominação na contagem porque entendo que esses são livros constitutivos da religião.”

Leia o Post Completo.

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São João da Cruz, mestre, poeta e místico (1542-1591)

Stanzas que tocam o coração e a alma do poeta.

S.João da Cruz, patrono dos poetas.

Porque “além da Noite Escura”, a “Esperanza del cielo
tanto espera quanto alcanza…”

 

 

 

 

 

 

 

 

6.IV

(…)

“Por una extraña manera

mil vuelos pasé de un vuelo

porque esperanza del cielo

tanto alcanza cuanto espera

esperé solo este lance

y en esperar no fui falto

pues fui tan alto tan alto,

que le di a la caza alcance.”

*****

“6.IV

“In a wonderful way

my one flight surpassed

a thousand,

for the hope of heaven

attains as much as it hopes for;

this seeking is my only hope,

and in hoping, I made no mistake,

because I flew so high, so high,

that I took the prey.”

+++++ 

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(c) S. João da Cruz, Complete Works, trad. de Kieran Kavanaugh & Otilio Rodriguez.

Educação Continuada no meu ano sabático

Primeiro dia do programa de estudos do Fall’14, na UNM.

Depois voltarei com mais detalhes.
Por ora, só passo pra manifestar meu entusiasmo dessa volta às aulas…

Beto na UNM, Fall14

Na entrada do CE Building UNM, Albuquerque, NM

Fixo-me neste primeiro insight que recebi no curso – e tal como Sidonius, estou usando o final deste meu ano sabático para estudos e reflexões – “Otium Rustica“.

Saint GermainSaint Martin, France

https://plus.google.com/103334966744194030988/posts/XVeDP5pCW3o

Kierkegaard: Exórdio à “Doença até à Morte”

Meus caro(a)s amigo(a)s:

Tendo passado das “Migalhas Filosóficas”
ao livro em referência, Kierkegaard

ganhei em leitura e vivi mais uma experiência com o Autor que me habilita a elevá-lo ao posto de um dos meus pensadores favoritos. Nesta quadra da vida em que há mais tempo para pensar e onde a reflexão torna-se sua companheira durante longas horas vividas a só, aproximei-me de Sören A. Kierkegaard, com a humildade do “leitor estarrecido” (que foi a definição dada por minha amiga Claire S. em um comentário neste blog).

Sigo o conselho do professor Olavo de Carvalho, que nos convida a “dialogar e se impregnar com a cultura de outras épocas”, como saída para a convivência insossa com uma “sociedade pervertida”. De fato, “é preciso, [é salutar, é revificador] transcender nossa época, nossa sociedade, saindo deste cotidiano restrito” para dialogar com pensadores como o grande Kierkegaard. Esse diálogo é capaz de fazer transcender o cotidiano muitas vezes mesquinho e reduzido.

Exórdio à “Doença até à Morte”*.
(Transcrição).

Esta enfermidade não é para morte (João 11, 4) e contudo Lázaro morreu; mas como os discípulos não compreendessem a continuação: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas eu vou acordá-lo do seu sono, Cristo disse-lhes sem ambigüidade: Lázaro está morto (11, 14). Lázaro, portanto, está morto, e contudo a sua doença não era mortal, mas o fato é que está morto, sem que tenha estado mortalmente doente.

Cristo pensava nesse momento, sem dúvida, no milagre que mostrasse aos contemporâneos, ou seja, àqueles que podem crer, a glória de Deus, no milagre que acordou Lázaro de entre os mortos; de modo que não só essa doença não era mortal, mas ele o predisse, para maior glória de Deus, a fim de que o filho de Deus por tal fosse glorificado.

Mas, ainda que Cristo não tivesse acordado Lázaro, nem por isso seria menos verdade que essa doença, a própria morte, não é mortal!

Desde o instante em que Cristo se aproxima do túmulo e exclama: Lázaro, levanta-te e caminha! (11, 43) já estamos certos de que essa doença não é mortal. Mas até sem essas palavras, não mostra ele, ele que é a Ressurreição e Vida (11, 25), só pelo aproximar-se do túmulo, que essa doença não é mortal? e simples fato da existência de Cristo, não é isso evidente? Que proveito haveria, para Lázaro, em ter ressuscitado para ter de acabar por morrer! Que proveito, sem a existência daquele que é a Ressurreição e a Vida para qualquer homem que n ‘Ele creia! Não, não é por causa da ressurreição de Lázaro que essa doença não é mortal, mas por Ele existir, por Ele. Visto que na linguagem humana a morte é o fim de tudo, e, como é costume dizer-se, enquanto há vida há esperança.

Mas, para o cristão, a morte de modo algum é o fim de tudo, e nem sequer um simples episódio perdido na realidade única que é a vida eterna; e ela implica para nós infinitamente mais esperança do que a vida comporta, mesmo transbordante de saúde e de força.

Assim, para o cristão, nem sequer a morte é a doença mortal, e muito menos todos os sofrimentos temporais: desgostos, doenças, miséria, aflição, adversidades, torturas do corpo ou da alma, mágoas e luto. E de tudo isso que coube em sorte aos homens, por muito pesado, por muito duro que lhes seja, pelo menos àqueles que sofrem, a tal ponto que os faça dizer que a morte não é pior, de tudo isso, que se assemelha à doença, mesmo quando não o seja, nada é aos olhos do cristão doença mortal.
Tal é a maneira magnânima como o cristianismo ensina ao cristão a pensar sobre todas as coisas deste mundo a morte incluída.

É quase como se lhe fosse necessário orgulhar-se de estar altivamente para além daquilo que correntemente é considerado infelicidade, daquilo que vulgarmente se diz ser o pior dos males… Mas em compensação o cristianismo descobriu uma miséria cuja existência o homem, como homem, ignora; e essa miséria é a doença mortal.

O homem natural pode enumerar à vontade tudo o que é horrível — e tudo esgotar, o cristão ri-se da soma. A diferença que há entre o homem natural e o cristão é semelhante à da criança e do adulto. O que faz tremer a criança nada é para o adulto. A criança ignora o que seja o horrível, o homem sabe e treme. O defeito da infância está, em primeiro lugar, em não conhecer o horrível, e em seguida, devido à sua ignorância, em tremer pelo que não é para fazer tremer. Assim o homem natural; ele ignora onde de fato jaz o horror, o que todavia não o livra de tremer. Mas é do que não é horrível que ele treme. Assim o pagão na sua relação com a divindade; não só ele ignora o verdadeiro Deus, mas adora, para mais, um ídolo como se fosse um deus.

O cristão é o único que conhece a doença mortal. Dá-lhe o cristianismo uma coragem ignorada pelo homem natural — coragem recebida com o receio dum maior grau de horrível. Certo é que a coragem a todos é dada; e que o receio dum maior perigo nos dá forças para afrontar um menor; e que o infinito temor dum único perigo nos torna como inexistentes todos os outros. Mas a lição horrível do cristão está em ter aprendido a conhecer a doença mortal.

+++++
*Fonte: KIERKEGAARD, Sören Aabye. “O Desespero Humano (Doença até à Morte)”, em “Os Pensadores”, vol. s/nr. da Ed. Abril, trad. Adolfo Casais Monteiro, 2a. ed., S. Paulo, Abril Cultural, pp. 191/2.
Para download do livro completo, clique aqui.

Kierkegaard: Exórdio à “Doença até à Morte”

Meus caro(a)s amigo(a)s:

Tendo passado das “Migalhas Filosóficas”
ao livro em referência, Kierkegaard

ganhei em leitura e vivi mais uma experiência com o Autor que me habilita a elevá-lo ao posto de um dos meus pensadores favoritos. Nesta quadra da vida em que há mais tempo para pensar e onde a reflexão torna-se sua companheira durante longas horas vividas a só, aproximei-me de Sören A. Kierkegaard, com a humildade do “leitor estarrecido” (que foi a definição dada por minha amiga Claire S. em um comentário neste blog).

Sigo o conselho do professor Olavo de Carvalho, que nos convida a “dialogar e se impregnar com a cultura de outras épocas”, como saída para a convivência insossa com uma “sociedade pervertida”. De fato, “é preciso, [é salutar, é revificador] transcender nossa época, nossa sociedade, saindo deste cotidiano restrito” para dialogar com pensadores como o grande Kierkegaard. Esse diálogo é capaz de fazer transcender o cotidiano muitas vezes mesquinho e reduzido.

Exórdio à “Doença até à Morte”*.
(Transcrição).

Esta enfermidade não é para morte (João 11, 4) e contudo Lázaro morreu; mas como os discípulos não compreendessem a continuação: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas eu vou acordá-lo do seu sono, Cristo disse-lhes sem ambigüidade: Lázaro está morto (11, 14). Lázaro, portanto, está morto, e contudo a sua doença não era mortal, mas o fato é que está morto, sem que tenha estado mortalmente doente.

Cristo pensava nesse momento, sem dúvida, no milagre que mostrasse aos contemporâneos, ou seja, àqueles que podem crer, a glória de Deus, no milagre que acordou Lázaro de entre os mortos; de modo que não só essa doença não era mortal, mas ele o predisse, para maior glória de Deus, a fim de que o filho de Deus por tal fosse glorificado.

Mas, ainda que Cristo não tivesse acordado Lázaro, nem por isso seria menos verdade que essa doença, a própria morte, não é mortal!

Desde o instante em que Cristo se aproxima do túmulo e exclama: Lázaro, levanta-te e caminha! (11, 43) já estamos certos de que essa doença não é mortal. Mas até sem essas palavras, não mostra ele, ele que é a Ressurreição e Vida (11, 25), só pelo aproximar-se do túmulo, que essa doença não é mortal? e simples fato da existência de Cristo, não é isso evidente? Que proveito haveria, para Lázaro, em ter ressuscitado para ter de acabar por morrer! Que proveito, sem a existência daquele que é a Ressurreição e a Vida para qualquer homem que n ‘Ele creia! Não, não é por causa da ressurreição de Lázaro que essa doença não é mortal, mas por Ele existir, por Ele. Visto que na linguagem humana a morte é o fim de tudo, e, como é costume dizer-se, enquanto há vida há esperança.

Mas, para o cristão, a morte de modo algum é o fim de tudo, e nem sequer um simples episódio perdido na realidade única que é a vida eterna; e ela implica para nós infinitamente mais esperança do que a vida comporta, mesmo transbordante de saúde e de força.

Assim, para o cristão, nem sequer a morte é a doença mortal, e muito menos todos os sofrimentos temporais: desgostos, doenças, miséria, aflição, adversidades, torturas do corpo ou da alma, mágoas e luto. E de tudo isso que coube em sorte aos homens, por muito pesado, por muito duro que lhes seja, pelo menos àqueles que sofrem, a tal ponto que os faça dizer que a morte não é pior, de tudo isso, que se assemelha à doença, mesmo quando não o seja, nada é aos olhos do cristão doença mortal.
Tal é a maneira magnânima como o cristianismo ensina ao cristão a pensar sobre todas as coisas deste mundo a morte incluída.

É quase como se lhe fosse necessário orgulhar-se de estar altivamente para além daquilo que correntemente é considerado infelicidade, daquilo que vulgarmente se diz ser o pior dos males… Mas em compensação o cristianismo descobriu uma miséria cuja existência o homem, como homem, ignora; e essa miséria é a doença mortal.

O homem natural pode enumerar à vontade tudo o que é horrível — e tudo esgotar, o cristão ri-se da soma. A diferença que há entre o homem natural e o cristão é semelhante à da criança e do adulto. O que faz tremer a criança nada é para o adulto. A criança ignora o que seja o horrível, o homem sabe e treme. O defeito da infância está, em primeiro lugar, em não conhecer o horrível, e em seguida, devido à sua ignorância, em tremer pelo que não é para fazer tremer. Assim o homem natural; ele ignora onde de fato jaz o horror, o que todavia não o livra de tremer. Mas é do que não é horrível que ele treme. Assim o pagão na sua relação com a divindade; não só ele ignora o verdadeiro Deus, mas adora, para mais, um ídolo como se fosse um deus.

O cristão é o único que conhece a doença mortal. Dá-lhe o cristianismo uma coragem ignorada pelo homem natural — coragem recebida com o receio dum maior grau de horrível. Certo é que a coragem a todos é dada; e que o receio dum maior perigo nos dá forças para afrontar um menor; e que o infinito temor dum único perigo nos torna como inexistentes todos os outros. Mas a lição horrível do cristão está em ter aprendido a conhecer a doença mortal.

+++++
*Fonte: KIERKEGAARD, Sören Aabye. “O Desespero Humano (Doença até à Morte)”, em “Os Pensadores”, vol. s/nr. da Ed. Abril, trad. Adolfo Casais Monteiro, 2a. ed., S. Paulo, Abril Cultural, pp. 191/2.
Para download do livro completo, clique aqui.

Diálogo entre cristãos e islamitas (II) ou: construindo pontes de amizade

Ainda sob a proteção de Santo Elígio, continuo o meu trabalho de reforçar o diálogo em referência. Apesar de alguns dizerem que é uma bobagem o que estou fazendo, porque há poucos leitores que leem isso etc. etc.
Eu tampouco me importo com isso, pois sei que o mundo é feito de pequenas sementes de Amor.
Esta iniciativa deseja ser isso, apenas (assim como minha viagem ao Marrocos para encontrar um amigo islamita que conviveu em minha cidade e que me ensinou elementos importantes para dominar a língua Francesa!) – Eis um exemplo de convivência e diálogo que nunca esquecerei, mon ami, Alaoui…e foi por isso que fiz um grande esforço de viajar ao Marrocos enquanto vocês viviam o vosso Ramadã…

Antes de transcrever algumas pequenas passagens, nesta segunda inserção sobre o tema, gostaria de compartilhar algumas ideias do Papa mais incompreendido dos últimos anos, o Papa da renúncia ao Trono de São Pedro, meu querido incompreendido Bento XVI – meus netos hão de se lembrar dele e de tudo que fez pela Igreja de Cristo, estou certo.

Após ter sido confundido como inimigo do Islã, Bento XVI rezou com os ‘primos’ na Mesquita Azul e seu diálogo continuado incorporou pensamentos como esse na XX JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE, em 2005, quando falou aos jovens muçulmanos:

“É nesta perspectiva que me dirijo a vós, diletos e estimados amigos muçulmanos, em vista de compartilhar convosco as minhas esperanças e para vos comunicar também as minhas solicitudes nestes momentos particularmente difíceis da história do nosso tempo.”
(Bento XVI aos jovens muçulmanos
)

“Eu garanto a vós que a Igreja deseja dar continuidade à construção de pontes de amizade com os seguidores de todas as religiões, a fim de procurar o bem autêntico de todas as pessoas e da sociedade no seu conjunto” (Discurso de 25 de Abril de 2005, n. 4).

Notem que o papa se dirige aos jovens islamitas falando a “amigos”, como deveríamos nos referir a todos os irmãos monoteístas (e aos demais, by the way) e fala em construir “pontes de amizade”.
Este diálogo, apesar de turvado pela interpretação quase sempre errônea da mídia esquerdista, é de uma validade enorme e me lembra sempre a confraria de Santo Elígio.
Para além da fronteira do preconceito e da arrogância das partes, o desprezo por culturas diferentes é algo que não é sábio negligenciar, tal como como disse R. Fletcher em seu pequeno grande livro “A Cruz e o Crescente” sobre o contrário: “há uma geologia das relações humanas que não é sábio negligenciar”.
Quando o discurso de Bento na Universidade de Ratisbona é mal interpretado, significa algo do subsolo das relações (azedado pela mídia que tem o poder de lente de aumento com importante desfoque).
Dois séculos nos separam dos ‘primos’ muçulmanos, pois quando Maomé “recebeu as suas primeiras revelações, no começo do séc. VII, o Cristianismo era, oficialmente, há dois séculos, a fé exclusiva do Império Romano, a superpotência do Mediterrâneo”.
Entretanto, nada nos autoriza a afirmar superioridade diante de nossos primos e tampouco de reforçar o desprezo pela diferença cultural.
Se pensamos na matemática, na medicina e na astronomia, não há como ignorar o avanço árabe e, hoje, se pensamos em centrar o conhecimento no Ocidente não há como desdenhar que o mundo hodierno parece construído para novas cruzadas e não para disputas pelo melhor do conhecimento e da evolução construtiva entre culturas.
Entretanto, livros como o de Richard Fletcher podem nos ensinar como apreciar o bom de cada lado e não continuarmos, de parte a parte, a ser geocêntricos.

Diálogo entre cristãos e islamitas (II) ou: construindo pontes de amizade

Ainda sob a proteção de Santo Elígio, continuo o meu trabalho de reforçar o diálogo em referência. Apesar de alguns dizerem que é uma bobagem o que estou fazendo, porque há poucos leitores que leem isso etc. etc.
Eu tampouco me importo com isso, pois sei que o mundo é feito de pequenas sementes de Amor.
Esta iniciativa deseja ser isso, apenas (assim como minha viagem ao Marrocos para encontrar um amigo islamita que conviveu em minha cidade e que me ensinou elementos importantes para dominar a língua Francesa!) – Eis um exemplo de convivência e diálogo que nunca esquecerei, mon ami, Alaoui…e foi por isso que fiz um grande esforço de viajar ao Marrocos enquanto vocês viviam o vosso Ramadã…

Antes de transcrever algumas pequenas passagens, nesta segunda inserção sobre o tema, gostaria de compartilhar algumas ideias do Papa mais incompreendido dos últimos anos, o Papa da renúncia ao Trono de São Pedro, meu querido incompreendido Bento XVI – meus netos hão de se lembrar dele e de tudo que fez pela Igreja de Cristo, estou certo.

Após ter sido confundido como inimigo do Islã, Bento XVI rezou com os ‘primos’ na Mesquita Azul e seu diálogo continuado incorporou pensamentos como esse na XX JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE, em 2005, quando falou aos jovens muçulmanos:

“É nesta perspectiva que me dirijo a vós, diletos e estimados amigos muçulmanos, em vista de compartilhar convosco as minhas esperanças e para vos comunicar também as minhas solicitudes nestes momentos particularmente difíceis da história do nosso tempo.”
(Bento XVI aos jovens muçulmanos
)

“Eu garanto a vós que a Igreja deseja dar continuidade à construção de pontes de amizade com os seguidores de todas as religiões, a fim de procurar o bem autêntico de todas as pessoas e da sociedade no seu conjunto” (Discurso de 25 de Abril de 2005, n. 4).

Notem que o papa se dirige aos jovens islamitas falando a “amigos”, como deveríamos nos referir a todos os irmãos monoteístas (e aos demais, by the way) e fala em construir “pontes de amizade”.
Este diálogo, apesar de turvado pela interpretação quase sempre errônea da mídia esquerdista, é de uma validade enorme e me lembra sempre a confraria de Santo Elígio.
Para além da fronteira do preconceito e da arrogância das partes, o desprezo por culturas diferentes é algo que não é sábio negligenciar, tal como como disse R. Fletcher em seu pequeno grande livro “A Cruz e o Crescente” sobre o contrário: “há uma geologia das relações humanas que não é sábio negligenciar”.
Quando o discurso de Bento na Universidade de Ratisbona é mal interpretado, significa algo do subsolo das relações (azedado pela mídia que tem o poder de lente de aumento com importante desfoque).
Dois séculos nos separam dos ‘primos’ muçulmanos, pois quando Maomé “recebeu as suas primeiras revelações, no começo do séc. VII, o Cristianismo era, oficialmente, há dois séculos, a fé exclusiva do Império Romano, a superpotência do Mediterrâneo”.
Entretanto, nada nos autoriza a afirmar superioridade diante de nossos primos e tampouco de reforçar o desprezo pela diferença cultural.
Se pensamos na matemática, na medicina e na astronomia, não há como ignorar o avanço árabe e, hoje, se pensamos em centrar o conhecimento no Ocidente não há como desdenhar que o mundo hodierno parece construído para novas cruzadas e não para disputas pelo melhor do conhecimento e da evolução construtiva entre culturas.
Entretanto, livros como o de Richard Fletcher podem nos ensinar como apreciar o bom de cada lado e não continuarmos, de parte a parte, a ser geocêntricos.

Diálogo entre cristãos e islamitas (I)

Fletcher_A Cruz

Sob a proteção de Santo Elígio, posto o texto abaixo, recomendando a leitura do livrinho de Richard Fletcher. Motivado pelo desejo de entender os ‘primos’ ismaelitas, cheguei até Fletcher. Já estou lendo em inglês o segundo livro deste historiador britânico, sobre a Conversão da Europa. Se um diálogo entre essas duas religiões (e culturas) – o Cristianismo e o Islã – sem falar nos nosso irmãos Judeus (o 3o. e mais antigo monoteísmo) for possível, isto necessariamente passa por entendermos as histórias (e estórias) de nossas conquistas e de nossos fracassos. Um Santo Tomás relendo Averróis e Avicena é lição que não pode deixar de ecoar em nosso ouvidos católicos. Ah, e porque Santo Elígio (Elói)?

– “Em 1484, exatamente quando a guerra por Granada tomava impulso, ferreiros cristãos e muçulmanos de Segóvia se reuniram para fundar uma confraria ou associação denominada Santo Elígio, em homenagem ao santo padroeiro dos que trabalham com metal, dedicada à Virgem Maria e a todos os santos da corte do céu”. (p.187, ref. abaixo).

Boa leitura!
Goodreads Link.

Diálogo entre cristãos e islamitas (I)

Fletcher_A Cruz

Sob a proteção de Santo Elígio, posto o texto abaixo, recomendando a leitura do livrinho de Richard Fletcher. Motivado pelo desejo de entender os ‘primos’ ismaelitas, cheguei até Fletcher. Já estou lendo em inglês o segundo livro deste historiador britânico, sobre a Conversão da Europa. Se um diálogo entre essas duas religiões (e culturas) – o Cristianismo e o Islã – sem falar nos nosso irmãos Judeus (o 3o. e mais antigo monoteísmo) for possível, isto necessariamente passa por entendermos as histórias (e estórias) de nossas conquistas e de nossos fracassos. Um Santo Tomás relendo Averróis e Avicena é lição que não pode deixar de ecoar em nosso ouvidos católicos. Ah, e porque Santo Elígio (Elói)?

– “Em 1484, exatamente quando a guerra por Granada tomava impulso, ferreiros cristãos e muçulmanos de Segóvia se reuniram para fundar uma confraria ou associação denominada Santo Elígio, em homenagem ao santo padroeiro dos que trabalham com metal, dedicada à Virgem Maria e a todos os santos da corte do céu”. (p.187, ref. abaixo).

Boa leitura!
Goodreads Link.

Feliz Natal com boa música (I)

Musical excerpts from a rehearsal of The Toronto Consort’s production of the “Praetorius Christmas Vespers”. The concert reconstructs a possible vespers service for Christmas as it might have sounded in a large north German church. The music was composed by Michael Praetorius in the early 17th century, and the production is directed by David Fallis. Video, sound, and editing by Bill Found (Dalvorem International).