PIERRE RONSARD (1524-1585), traduzido ao português por Mário Laranjeira.

Pierre Ronsard
Da série de posts “No mínimo, um poema ao dia” – Dia 8.
À Cassandre | A Cassandra |
Mignonne, allons voir si la rose | Querida, vamos ver se a rosa |
Qui ce matin avait déclose | Que esta manhã abriu garbosa |
Sa robe de pourpre au soleil | Ao sol seu purpúreo vestido, |
A point perdu cette vêprée | Não perdeu, da tarde ao calor, |
Les plis de sa robe pourprée, | De sua roupa a rubra cor, |
Et son teint au votre pareil. | E o aspecto ao vosso parecido. |
Las! Voyez comme em peu d’espace, | Ah! Vede como em curto espaço, |
Mignonne, elle a dessus la place, | Querida, caiu em pedaços, |
Las! Las! Ses beautés laissé choir! | Ah! Ah! A beleza que tinha! |
O vraiment marâtre Nature, | Ó mesmo madrastra Natura, |
Puis qu’une telle fleur ne dure | Pois que uma flor assim não dura |
Que du matin jusques au soir! | Senão da manhã à tardinha! |
Donc, si vous me croyez, mignonne, | Então, se me dais fé, querida, |
Tandis que votre âge fleuronne | Enquanto a idade está florida |
Em as plus verte nouvautée, | Em seu mais viçoso verdor, |
Cueillez, cueillez votre jeunesse: | Colhei, colhei, a mocidade: |
Comme à cette fleur, la vieillesse | A velhice, como a esta flor, |
Fera ternir votre beauté. | Fará murchar vossa beldade. |
Este poema de Ronsard é tão famoso que até versão para piano possui. Veja a partitura e o video no link abaixo:
Fonte: “Poetas Franceses da Renascença”, Seleção, apresentação e tradução de Mário Laranjeira. S. Paulo: Martins Fontes Edit., 2004; p.72/73. Crédito da foto em destaque: ilustração tirada ao blog Blue Lantern, de Jane Librizzi (c) Paul Serusier – Mignonne, allons voir si la rose, Fondation Bemberg, Toulouse. Leia Mais em Jane Librizzi.