Um texto do emérito professor J.C. Zamboni. Imperdível.
O desinteresse dos nossos cursos universitários de Letras pelos clássicos mais antigos parece que é congênito ao povo brasileiro. Tudo isso já estava lá, no começo de tudo, na época dos jesuítas e das primeiras caravelas.
Padre Serafim Leite, no primeiro volume de sua vasta e erudita História da Companhia de Jesus no Brasil, mostra com fartura de exemplos o imenso trabalho que os padres da Companhia de Jesus empreenderam, mundo afora, para aprimorar seu método de ensino, o “Ratio Studiorum” (estudo racional, sistemático), que inegavelmente contribuiu para o desenvolvimento da civilização ocidental. O método previa três graus, ou áreas, como preferimos dizer hoje: Letras Humanas, Filosofia e Teologia.
Letras Humanas, que vinha após o ensino elementar, equivalia ao nosso ginasial e se dividia em Retórica, Humanidades (literatura antiga e história) e Gramática (elevada, média e básica). Segundo os jesuítas, a principal preocupação do adolescente devia ser o domínio…
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