I taste a liquor never brewed –
From Tankards scooped in Pearl –
Not all the Vats upon the Rhine
Yield such an Alcohol!
Inebriate of Air – am I –
And Debauchee of Dew –
Reeling – through endless summer days –
From inns of Molten Blue –
When “Landlords” turn the drunken Bee
Out of the Foxglove´s door –
When Butterflies – renounce their “drams” –
I shall but drink the more!
Till Seraphs swing their snowy Hats –
And Saints – to windows run –
To see the little Tippler
Leaning against the – Sun –
(214)
A tradução de dona Aíla:
Em côncavos escavados em pérolas
Provo licor sem igual –
Nenhum dos tonéis do Reno
Contém esse álcool!
Das Tabernas do Azul em Calda, venho
Trôpega, nos dias sem fim do estio –
Inebriada de ar –
Embriagada de rocio.
Os donos da taberna enxotam a abelha
Zonza em torno a uma florzinha,
A borboleta renuncia ao sorvo –
Mas eu bebo mais ainda!
E os Serafins badalam alvos chapéus
E os Santos alvoroçam-se à janela –
Pra ver a pequena ébria
Escorando-se no Sol.
++++
Fonte: Dickinson, Emily (1830-1886). “Uma Centena de Poemas”, Tradução, introd. e notas de Aíla de Oliveira Gomes; apresentação de Paulo Rónai. Prefácio de Ashley Brown. T.A. Queiroz e Editora da USP, 1984. Pág. 48/49.
Nas notas à tradução, Aíla confessa que este é um poema de “tradução dificílima” e que a “transposição adaptada” deve servir “ao menos para levar o leitor a um poema particularmente belo e inebriante”. De minha parte, concordo com os adjetivos da minha tradutora predileta de Emily, degustando um bom Tempranillo (19.06.2010).
Bom poema, bom poema…
Tenho gostado de lê-la aqui.
Grande abraço,
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