Garimpando em “Cinco séculos de poesia”

NO VOLUME DE ALEXEI BUENO*,
Vou garimpando poemas traduzidos.

AlexeiBueno_FumandoA UM VENCEDOR NOS JOGOS*
(Giacomo Leopardi)

Da glória o rosto e a jucunda voz,
Nobre mancebo, encara,
E quanto ao feminil ócio, antepõe
A suada virtude. Vê, repara,
Magnânimo campeão (se à cheia atroz
Dos anos teu valor o espólio opõe
De teu nome), repara, e que o teu peito
Mova um alto desígnio. Retumbante
É a arena e o circo, onde, tremendo, chamas
O popular favor a ilustre feito;
A nova idade com ardor reclamas
Hoje que a pátria cara
Do exemplo antigo o ressugir prepara.

Do barbárico sangue em Maratona
Não coloriu a destra
O que os atletas nus e o campo eleu
Estúpido mirou, e a árdua palestra;
Nem a plama e a coroa o emociona
Com ânsia emuladora. E lá no Alfeu
Talvez a crina poeirenta e os flancos
Dos cavalos lavou triunfadores
Bem como a grega insígnia e o grego aço
Guiou do Persa em fuga os vis arrancos
No exército sem cor; que o grito baço
Lançou sem ter resposta
Do Eufrates no seio à servil costa.

[Em] Vão julgarás o que descerra e acende
Da virtude nativa
A oculta brasa? e aquele que do exausto
Fogo vital no débil peito aviva
O caduco fervo? Desde que estende
A triste roda Febo, é jogo infausto
O labor dos mortais? e é menos oco
Que a mentira o real? A nós com ledos
Enganos e feliz sombra socorre
A própria natureza; e lá onde o louco
Costume aos fortes por sua queda acorre,
Ao ócio escuro e rudo
Levou a gente o glorioso estudo.

Tempo talvez virá em que à ruína

Poeta Alexei Bueno, tradutor.

De um conjunto de traduções feitas durante 1/4 de século pelo poeta         Alexei Bueno.

Da itálica grandeza
Os rebanhos insultem, e o arado
Fira as sete colinas; com presteza
Passarão sóis, e na cidade latina
Habitará a raposa, e o iindomado
Bosque murmurará de muro a muro;
Se à desgraça da pátria coisa o olvido
Não arrancam de cada alheada mente
Os fados e, por um domínio obscuro,
Não manda o exício à abominável gente
O céu feito benigno
Ao lembrar de um passado heróico e digno.

Sobreviver à infeliza pátria, nobre
Mancebo, é duro fado.
Brilhante ao estado seu seria agora
Que fulgisse o laurel, dela roubado,
Nossa culpa fatal. O tempo a encobre;
Nem ninguém dessa mãe hoje se honora:
Mas por ti mesmo ao alto eleva a mente.
Que vale a vida? Apenas desprezá-la:
Bendito então o que no risco avulta,
Se esquece, ignora o dano que o pressente
E o instante da corrente que o sepulta;
Bendito o que, o pé posto
No vau leteu, mais grato volve o rosto.
+++++
Poema trad. do italiano por Alexei Bueno. Autor: Giacomo Leoardi (1798-1837), poema retirado da obra “Canti” do autor italiano, publicado em 1831.

BUENO, Alexei. 1963-. “Cinco Séculos de Poesia: poemas traduzidos”. Rio de Janeiro: Record, 2013. 208p.
Segundo o blog de Elson Fróes, o único dos contemporâneos que leva a sério a forma soneto.
Transcrito de Sonetário – Alexei Bueno Finato (Rio de Janeiro RJ 1963).
”Um dos poucos contemporâneos que levam a sério o soneto e outros gêneros fixos, tão a sério que arca com o ônus da incompreensão dos confrades contrafeitos — postura que ele próprio fomenta ao rodar a metralha e alvejar civis com balas perdidas. Mas sua atitude estética, como os estudados passos retroativos de José Albano ou Abgar Renault, tem consistência e competência, o que me levou a refletir sobre o isolamento político-poético neste soneto…” – para continuar lendo, clique no link do site Sonetário.

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Garimpando em “Cinco séculos de poesia”

NO VOLUME DE ALEXEI BUENO*,
Vou garimpando poemas traduzidos.

AlexeiBueno_FumandoA UM VENCEDOR NOS JOGOS*
(Giacomo Leopardi)

Da glória o rosto e a jucunda voz,
Nobre mancebo, encara,
E quanto ao feminil ócio, antepõe
A suada virtude. Vê, repara,
Magnânimo campeão (se à cheia atroz
Dos anos teu valor o espólio opõe
De teu nome), repara, e que o teu peito
Mova um alto desígnio. Retumbante
É a arena e o circo, onde, tremendo, chamas
O popular favor a ilustre feito;
A nova idade com ardor reclamas
Hoje que a pátria cara
Do exemplo antigo o ressugir prepara.

Do barbárico sangue em Maratona
Não coloriu a destra
O que os atletas nus e o campo eleu
Estúpido mirou, e a árdua palestra;
Nem a plama e a coroa o emociona
Com ânsia emuladora. E lá no Alfeu
Talvez a crina poeirenta e os flancos
Dos cavalos lavou triunfadores
Bem como a grega insígnia e o grego aço
Guiou do Persa em fuga os vis arrancos
No exército sem cor; que o grito baço
Lançou sem ter resposta
Do Eufrates no seio à servil costa.

[Em] Vão julgarás o que descerra e acende
Da virtude nativa
A oculta brasa? e aquele que do exausto
Fogo vital no débil peito aviva
O caduco fervo? Desde que estende
A triste roda Febo, é jogo infausto
O labor dos mortais? e é menos oco
Que a mentira o real? A nós com ledos
Enganos e feliz sombra socorre
A própria natureza; e lá onde o louco
Costume aos fortes por sua queda acorre,
Ao ócio escuro e rudo
Levou a gente o glorioso estudo.

Tempo talvez virá em que à ruína

Poeta Alexei Bueno, tradutor.

De um conjunto de traduções feitas durante 1/4 de século pelo poeta         Alexei Bueno.

Da itálica grandeza
Os rebanhos insultem, e o arado
Fira as sete colinas; com presteza
Passarão sóis, e na cidade latina
Habitará a raposa, e o iindomado
Bosque murmurará de muro a muro;
Se à desgraça da pátria coisa o olvido
Não arrancam de cada alheada mente
Os fados e, por um domínio obscuro,
Não manda o exício à abominável gente
O céu feito benigno
Ao lembrar de um passado heróico e digno.

Sobreviver à infeliza pátria, nobre
Mancebo, é duro fado.
Brilhante ao estado seu seria agora
Que fulgisse o laurel, dela roubado,
Nossa culpa fatal. O tempo a encobre;
Nem ninguém dessa mãe hoje se honora:
Mas por ti mesmo ao alto eleva a mente.
Que vale a vida? Apenas desprezá-la:
Bendito então o que no risco avulta,
Se esquece, ignora o dano que o pressente
E o instante da corrente que o sepulta;
Bendito o que, o pé posto
No vau leteu, mais grato volve o rosto.
+++++
Poema trad. do italiano por Alexei Bueno. Autor: Giacomo Leoardi (1798-1837), poema retirado da obra “Canti” do autor italiano, publicado em 1831.

BUENO, Alexei. 1963-. “Cinco Séculos de Poesia: poemas traduzidos”. Rio de Janeiro: Record, 2013. 208p.
Segundo o blog de Elson Fróes, o único dos contemporâneos que leva a sério a forma soneto.
Transcrito de Sonetário – Alexei Bueno Finato (Rio de Janeiro RJ 1963).
”Um dos poucos contemporâneos que levam a sério o soneto e outros gêneros fixos, tão a sério que arca com o ônus da incompreensão dos confrades contrafeitos — postura que ele próprio fomenta ao rodar a metralha e alvejar civis com balas perdidas. Mas sua atitude estética, como os estudados passos retroativos de José Albano ou Abgar Renault, tem consistência e competência, o que me levou a refletir sobre o isolamento político-poético neste soneto…” – para continuar lendo, clique no link do site Sonetário.

De um Dante a outro, o dom da Poesia ou: Alighieri traduzido por Dante Milano

QUANDO UM AMIGO, mesmo que ‘virtual’, nos leva a retirar um livro da estante, é um momento importante para retomarmos leituras antigas e queridas, que fizeram parte de certa fase de nossas vidas. É quando reler é reviver. Dia desses foi meu amigo Juan Asensio, crítico francês que me trouxe de volta o universo de Guimarães Rosa, com seu artigo sobre o universal escritor das Minas Gerais, que sendo relido em França me animava a retirar volumes da estante e reviver momentos bons de minha vida de leitor faminto e nem sempre tão atento às nuances como Asensio o é.

AGORA É A MEG – blog SubRosa, referência para toda blogsphere que ama e respeita os livros e a cultura em geral. Quando completa 10 anos de blog, MEG nos premia com um convite a reler Dante Milano.

RETIRO da estante meu empoeirado Dante Milano DSC01410e com ele, os cantos do bardo italiano traduzidos pelo poeta brasileiro.
Se a MEG já nos brindou com alguns bons poemas, cabe-me transcrever algumas traduções e com elas a aula de carpitaria do humilde tradutor do outro imortal Dante, o Alighieri.
Sabe-se que Milano só veio a publicar aos 50 anos e, mesmo tardio, ganhou elogios de Manuel Bandeira, que nele reconheceu “um grande poeta” e a “garra de um mestre”. As traduções, publicou-as Milano nos suplementos “Autores e Livros” e nos “Cadernos de Cultura” (do Mec). Essa 3a. edição, de que me sirvo para este post é de 1971, exemplar numerado (0678), com prefácio de Sérgio Buarque de Hollanda, intitulado “Mar Enxuto”, que por primeiro aparecera no Diário de Notícias de 6 de março de 1949, saudando a publicação do volume de Poesias de Milano que fora publicado originalmente pela José Olympio em 1948.
Como o foco aqui não é transcrever a poesia de Milano e sim suas traduções, adicione-se que suas notas de introdução aos Cantos é antológica:
“SEI o muito que custa e o pouco que vale o esforço, entre os vários feitos em nossa língua, para traduzir o célebre Canto V do Inferno, os terríveis tercetos em que perpassa o frêmito de uma paixão que se tornou imortal.
”É enorme a diferença entre o verbo forte e ás
pero de Dante e a nossa língua de índole branda. Para evitar más interpretações devo dizer que, longe de pretender menoscabar o nosso idioma, eu o considero o mais agradável de todos pela naturalidade com que as palavras saem da boca sem forçá-la a trejeitos, por sua espontânea suavidade, o gosto casto de água, a simplicidade que dispensa o adorno – não obstante possa ostentar, como em Filinto Elísio e Odorico Mendes, um vocabulário imenso e insólito, que me parece supérfluo e não ouso empregar.

“O vigor musical, ao mesmo tempo ríspido, da dicção dantesca, se dilui na singela fluência do verbo português: as palavras, traduzidas embora em outras rigorosamente equivalentes, provocam, pela mera mudança de tonalidade, reações dissemelhantes. Exemplifico: as nítidas terminações em tt – smarritto – , a marcada acentuação silábica, a rugidora pronúncia dos ‘rr’ (Dante poderia ser cognominado ‘o poeta do ‘r’’) contrastam com a pronúncia amena do nosso idioma. Assim o épico torna-se lírico. Aquelas palavras que na boca de Dante são violentas e arrebatadas, como no verso

La bocca mi baciò tutto tremante

transpostas para a nossa língua tomam um ar mais calmo, que não muda o sentido mas altera e suaviza a ação. Ao pé da letra:
A boca me beijou todo tremente
ou
Todo trêmulo a boca me beijou.
Ou ainda, como preferi traduzir, por achar mais de acordo com o ímpeto e a intensidade lírica, mas fortes que o próprio sentido das palavras,
Beijou-me a boca, trêmulo, ofegante.

”Creio que ‘o certo’ não seria traduzir ‘italianizando’ e forçando a nossa língua, mas obediente à sua índole, adaptar o verso, procurando escrevê-lo ‘do modo por que Dante o faria se escrevesse em português’, isto é, tirando o máximo partido da língua, que é sempre a primeira lei do verso.

“De nenhum modo me satisfaria o mero traslado em prosa, a maior traição que se pode fazer ao verso dantesco, que procurei ‘imitar’ o mais possível, guardando o contorno dos tercetos, sem o que não poderia dar idéia da ‘forma’ do Poeta. Fiel o mais possível à letra do texto, fiz tudo para que não sentissem o tradutor, mas o autor.” (…)

E conclui, o Milano:
“(…) Dante possuía a arte de figurar coisas difíceis de dizer, quase inexprimíveis, e só por transparência perceptíveis. Ideias que afloram como da extremidade fina do caule surge a rosa num mistério tão natural. Ele sabia desse seu dom de tornar manifesto o impalpável e comunicar o indizível:

Non avea pur natura ivi dipinto
ma di soavitá di mille odori
vi facea un incognito indistinto.

(Não só de cores tudo estava tinto
como do trescalar de mil odores
se fazia um incógnito indistinto.)

A linguagem de um poeta não pode ser trasladada a outro idioma; pode-se traduzir o que ele quis dizer, mas nunca o que ele disse. Sirva isto de escusa às deficiências desta e de qualquer tradução”, conclui Dante Milano.

Espero que as cópias abaixo sejam legíveis aos que se interessam pelo poeta-tradutor e homônimo do Alighieri e anime o leitor deste blog a conhecer mais o nosso Dante, o Milano. Recomendo também a leitura suplementar sobre Dante Milano contida no Ricardo Vieira Lima – Artigo de Ricardo Vieira Lima, UM POETA À REVELIA DE SI MESMO. Há também poemas transcritos Alguma poesia

DSC01412 DSC01413   DSC01415
+++++
Fonte: MILANO, Dante. Poesias. 3a. Edição, revista e acrescida da tradução de Três Cantos do Inferno, de Dante Alighieri. Edit. Sabiá/MEC, 1971. 186 p.

Magia magiar

Em Magia Magiar, posfácio a Canção Antes da Ceifa (1990), Nelson Ascher diz:

Em 1973 eu tinha 15 anos e Petöfi 150. Ou melhor: a Hungria, terra natal de meus pais – os Ascher, ao que consta, chegaram àquele país no séc. 17 ou 18, oriundos, com escalas nos Países Baixos e na Boêmia, da Península ibérica -, comemorava os 150 anos do nascimento de seu poeta nacional – uma figura emblemática do século passado, a do poeta nacional, e particularmente exaltada naquele canto do mundo -, Sándor Petöfi, nascido em 1823 e desaparecido em batalha em 1849, quando sua pátria perdia para os russos a guerra de independência que começara a mover no ano anterior com os Habsburgos. Um almanaque húngaro que meus avós recebiam anualmente ecoava as comemorações reproduzindo na capa um retrato impressionante do poeta e apresentando alguns de seus poemas mais famosos, entre eles a “Canção Nacional”, um dos estopins da guerra em questão.

“Foi o primeiro poema que li numa língua que, de certa forma, julgava restrita aos meus familiares e a alguns de seus amigos. Nessa mesma época eu descobria, através de Camões e Pessoa, a poesia de língua portuguesa, mas a tríade romântica húngara – Vörösmarthy e Arany, além do próprio Petöfi – estava, embora mais distante da minha compreensão idiomática imediata, mais próxima do meu ´mood`. Sabendo da existência da poesia na língua dos meus ancestrais e de sua possibilidade na minha, meti-me a traduzir, sem preparo prévio ou indagações teóricas, a tríade húngara para o português, começando pela `Canção Nacional´. Remeti a Paulo Rónai, cujo endereço um amigo da família me havia dado, os primeiros resultados dessa investida inicial. Ele foi, para dizer o mínimo, generoso. Pouco depois comecei a tomar maior contato com a literatura magiar através de sua magnífica “Antologia do Conto Húngaro”, uma revelação, e com a arte da tradução através de seus deliciosos “Escola de Tradutores” e “A Tradução Vivida”. Um outro livro de Rónai, Canção Antes da Ceifa (1990)“Como Aprendi o Português e Outras Aventuras”, despertou meu interesse em Endre Ady, o revolucionário fundador da poesia moderna em seu país, e Miklós Radnóti, que, assassinado em 1944 pelos nazistas húngaros devido ao crime de ser judeu, tornou-se, com Garcia Lorca e Óssip Mandelstam, um dos três maiores poetas vítimas da barbárie totalitária do presente século”.

Ascher confessa que, ao lançar o pequenino livro verde, com os poemas húngaros do século 20 não pretendia dar-nos uma amostra representativa da poesia húngara moderna, pois a ausência de Lajos Kassák, Milán Füst, Mihály Babits, János Pilinszky seria, segundo o poeta-tradutor “escandalosa”.  O livro é un petit bijou da poesia húngara e o zelo com que foi editado bem mostra o amor de Ascher à poesia de seus antepassados.
O que desejava com “Canção Antes da Ceifa” era reunir as traduções que julgava “dignas de atenção”. Seria o “couvert de uma verdadeira antologia”. Agora, 19 depois, Ascher amplia, na revista Dicta & Contradicta, ed. 3, a nem tão “minúscula amostra grátis” da poesia húngara moderna, desejando insinuar que, por trás dessa amostra está “um país e uma língua remotos ocultam uma espécie de Toscana poética“. O apetite por essa poesia se abre com outros dez poemas.

11 Anos depois da Canção Antes da Ceifa

19 Anos depois da "Canção Antes da Ceifa"

Essa magia acionada por Ascher deve-se “ao extraordinário instinto linguístico e a inegável vocação poética” – atestado pelo mestre Paulo Rónai (1990, prefácio ao pequenino livro verde dos poemas húngaros) – e continua na senda iniciada em 73, de “único tradutor nato de poesia magiar” no Brasil.
Transcrevo dois dos poemas na tradução de Nélson Ascher:

Um poeta futuro
(Endre Ady – 1877-1919)

Quando acabar nos jardins húngaros
a raça humana: a rosa – um santo
moço tristonho há de ficar
e ele terá razões de pranto.

Invejo-te, moço futuro,
que cantarás tua cantiga
quando não mais houver quem ouça
ou sofra a nossa praga antiga.

Lengalenga
(Sándor Weöres – 1913-89)

A andorinha enche, num dia
de abril, todos de alegria;
irradia –
– se a alegria,
só meu mal não se alivia.

Eis que a mesa delicia,
quando é posta, a maioria;
delicia a
maioria
mas a mim me distancia.

Toda flor que antes morria,
em abril se abre à porfia;
contraria –
-me a porfia:
com emplastro a emplastaria.

Ver que há tanta vilania
ao redor já me angustia;
vilania
que angustia:
vou treinar a pontaria.

Que parede mais vazia!
E outras tantas! A elegia
se anuncia:
elegi-a
para expor minha agonia.

++++
Fontes: D&C, pág.170, ed.3; Canção antes da ceifa, Ed.Arte Pau-Brasil, s/nr. páginas.
Além de bom tradutor, Ascher é também bom poeta; visite o link para mais uma amostra do talento de Nélson Ascher.