Eis-nos no 17º. ano do século XXI — que começa triunfalmente confuso e brutal…Parece que o 17º. ano deste século mau quer superar, em estupidez e barbárie, a seu antecessor.
— os acontecimentos indicam que sim: a esperança se esvai, mas resta-nos a Esperança!
E se grafei aí acima o substantivo com letra minúscula é que há uma quase certeza que esta nada tem a ver com aquela Esperança de que nos fala o Cristianismo.
Relembro aqui de alguns mestres da nossa tradição católica:
No ponto zero: Ernest Hello:
Digo-vos: há na vida do homem e na vida da humanidade momentos em que a razão perturba-se…Nesses momentos, de conturbada razão e em que muito sangue é derramado, é ainda mais apropriado e necessário que voltemos nossos olhos para a esperança e desta à mãe de toda esperança – a Esperança com E maiúsculo: Cristo.
- Charles Péguy – a filhinha frágil – “petite espérance“
“Ce qui m’étonne, dit Dieu, c’est l’espérance. Et je n’en reviens pas.
(…)
“L’Espérance est une petite fille de rien du tout.
Qui est venue au monde un jour de décembre de l’année dernière.
Qui joue encore avec le bonhomme Janvier.
C’est cette petite fille pourtant qui traversera les mondes.
Cette petite fille de rien du tout.
Elle seule, portant les autres, traversera les mondes révolus.
2. Léon Bloy:
Mais quoi! c’est un atome d’espérance pour contrapeser um mont de terreurs!
3. Antônio Carlos Villaça, lembrando Jacques e Raïssa Maritain, em carta a Urbano Medeiros, 1989.:
“A grande dimensão que caracteriza o homem é o futuro. A nossa dimensão verdadeira é o futuro. E, assim, somos seres da Esperança. A espera se faz Esperança. E tudo é futuro, em nós…”
4. Georges Bernanos:
“Fé: 24 horas de dúvida, menos um minuto de esperança.”