Post ligeiros (3) – Georges Bernanos

…Mas o coração do mundo sempre está batendo.

O escritor católico-francês Georges Bernanos.

O escritor católico-francês Georges Bernanos.

A infância é esse coração. Não fosse o gentil escândalo da infância, a avareza e o ardil teriam, em um século ou dois, exaurido a terra.

Georges BERNANOS, em “Joana, Relapsa e Santa”, É Real.Editora, S.Paulo, 2013. Trad. por Pedro Sette-Câmara.

Segundo o release da É Real. Editora: “Em Joana, Relapsa e Santa, a exaltação de Joana d’Arc assume para Bernanos a figura de uma dupla meditação sobre a Igreja: Igreja de clérigos e Igreja de santos.

“No caso de Joana d’Arc, a Igreja pura e simplesmente condenou uma santa. Que Igreja? Bernanos aponta o dedo para a Igreja institucional, de que faz um retrato nada lisonjeiro. No entanto, não coloca a instituição de lado; ela, apesar de sofrível, é necessária. Porém, “o menor dos garotinhos de nossas catequeses sabe que a bênção de todos os homens do clero juntos somente levará a paz às almas já dispostas a recebê-la. Rito nenhum dispensa de amar”.
*******(Mais tarde, volto comentando como resumo de minha leitura. Por ora, a impressão que tenho é a de que estou diante de um pequeno grande livro – 48 páginas de um Bernanos que não deixa pedra-sobre-pedra do processo do pessoal da Igreja contra a santinha, os clérigos ‘bien-pensants’ contra a menina “relapsa e Santa…”).

Publicidade

Projeto “Poesia Falada”: projeto SoundCloud (1)

Adendo

Minha crônica em Revista Bula

"Zebras<strong

DE GATOS, GATUNOS E VÍBORAS CONVERTIDAS: O ZOO(I)LÓGICO BRASILEIRO ESTÁ CHEIO…

Um clarão na página que acenda sua imaginação — eis o que pretendo continuar fazendo. Se você já pulou a barreira do título, entre mil manchetes mais picantes do seu dia-a-dia na internet, seja bem-vindo ao sanatório, desculpe, ao zoológico brasileiro da política.

A existência das espécies do dito zoológico começou a ser catalogada há muito tempo. Uma aprofundada pesquisa talvez nos leve de volta a Pero Vaz de Caminha, mas por outra, vamos retornar ao passado recente, ali por volta da época de Getúlio e dar a palavra ao profeta, poeta e humorista ítalo-brasileiro Carlos Alberto Salustri, o Trilussa.

Continue Lendo…

Maigret volta à rotina

Monday, monday… 7 anos atrás!

Poesia & vida, ler & escrever, observar, contemplar… Entrevista à PUC TV Goiás

Entrevista de Adalberto Queiroz ao “Raízes: Jornalismo Cultural”, PUC Tv
– Goiânia (GO), 14 FEV 2015.

Entrevista ao Programa Raízes: Jornalismo Cultural da TV Puc Goiás, Quando falei de Poesia, Vida, Escola, Infância, Ler & Escrever, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, Chesterton, Bernanos, São João da Cruz e da Tríade de Católicos Poetas do Brasil – Jorge de Lima, Murilo Mendes e Frederico Schmidt.

Ao modo de São João da Cruz

Nessa noite indormida, tão só e insone
Penso na fragilidade humana de sempre
Elaborando que difícil é a alma na trempe:
Sem rimas, sem versos exatos – alone!

Eu tão só encontro na imagem socorro
De Nossa Senhora: o meu refúgio no colo
Da Mãe de Jesus, tão próximo, seu filho:
Viver,  correr ou morrer é tão pouco…

Ao modo de São João da Cruz

Nessa noite indormida, tão só e insone
Penso na fragilidade humana de sempre
Elaborando que difícil é a alma na trempe:
Sem rimas, sem versos exatos – alone!

Eu tão só encontro na imagem socorro
De Nossa Senhora: o meu refúgio no colo
Da Mãe de Jesus, tão próximo, seu filho:
Viver,  correr ou morrer é tão pouco…

Ausência*

Desde então só
Desde então, só
Tristeza em pó

E agora no limite da dor
Atingindo a leveza do ser
Só mesmo assim ausência

Se define como não-Amor.

©Poemas do Autor, Adalberto Queiroz. 2007.

Livro também é alimento

Penso no livro como fruto
Penso no fruto qual vinha.
Como livro e bebo vinho.

– Livro alimento único: raro:
Ébrio de livro caminho…
Eu: un ivre plus un livre
😮 leitor bebim de livro

+++

©Poemas do Autor, Adalberto de Queiroz, 2007.

Da série ´Post Perdidos (3)`

Terça-feira, Agosto 3

As aflições do Poeta
Autor: Adalberto de Queiroz.

Para Marcos Caiado, com minha Amizade.*

Ah, , Que Nossa Senhora te proteja
E São José te livre de pronto
Dessa estranha mão que apedreja:
– Será de Amor, este teu pranto?

(Pela vida afora…sofres, sofremos).

E assim: perguntar carece
De que esfera esta sombra
Que agora te enlouquece?

– “É preciso estancar a dor que grita
Sinto a dor tal qual padeces.
Ouço o grito que te agita.

(Pela vida afora…sofres, sofremos).

Eis aqui uma palavra,
Sem a rima exata
Desta pobre lavra.
Sem cadência inata.

Tu choras essa ferida aberta
E em meio ao teu clamor
Só resta nesta hora certa
Receitar bálsamo do Amor.

(Mas, ai que por ele,
pela vida afora…
sofres, sofremos
).

Eis, que ouso repor a questão
Sobre a sombra crua, que seja;
– Donde, o poeta espera perdão,
Se é sombra que o apedreja?

Se escreves como o mestre
Não na areia, só Ele o fez;
Mas feito o vate a domar a lira
À sua própria maneira: outra tez.

Pelo inferno cambiante,
Recebe-te moderno Virgílio
O estro em sombra se fez.

É certo, a dor de graça chegara
Ao bardo que o Amor pressentia
Também uma vida nova sonhara
Quando este à paixão cedia.

É longa e árdua, a caminhada.
Falar da dor que pesaroso sente.
Sofres, sofremos na longa estrada

– Poesia sem dor, nos desmente!

Certo, não há conselho possível
Nesta arena desprovida de astros
Pela vida afora…sofres, sofremos
Não há conselho feito emplastro.

Nada resta à citação
E só me sobra um sinal
Evitar esta palavra fácil:
Apor vírgula, ponto final.
++++++
Goiânia, 12/07/2004. *Copyright © 2004.

Escrito por Adalberto Queiroz em 3.8.04.