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Quando do amor estiver sedento,
O peito dorido, a alma em pranto
À lágrima cede o cenho franco.
Só e triste deve o ser vivente
De todos fugir; em busca da prece
Do caminhar solitário; ausente.
Distante de todos e tudo, em busca
de si mesmo, sorvendo do mais fundo:
D’alma resgatar o butim de si mesmo.
– A poesia ao espírito solitário exalta.
Sorve e se deleita e calmamente
Se ausente do ruído geral; da orbe
Foge! O mais só; o mais nu – foge,
Pois, e sorve o que seja verdadeiro.
Longe, bem longe, não bastaria…
Que dissesse muita coisa; ouvir, sim!
Preferencial via do que sofre assim:
E saciado a sede da ausência cura.
Do amargo prazer aparente de tudo
Possuir – de todos próximo e cálido,
Está, mas de vero nada lhe pertence.
ω/ω
Beto Queiroz, drafts para Cadernos de Sizenando, vol, II.
(c)Imagem destacada – © Craig Ikegami Solitude | Dreamstime Stock Photos