Para os poetas Augusto Frederico Schmidt e Tasso da Silveira…
E ao traçar estes dois perfis em resumida crônica, encerro o ciclo “Poetas católicos do Brasil”.
Confira o artigo na íntegra, clicando no link abaixo:
Enquanto escrevo, enquanto esse nó não desata na minha cabeça, aí vão duas notinhas:
i) “Toda a poesia moderna oscila entre estes dois pólos: o delírio e a razão. Mas a possibilidade de uma harmonia entre os dois, entre o inconsciente e o consciente, entre o ilógico e o lógico, entre o vidente e o racionalista – é uma constatação que podemos verificar tanto em filosofia da arte como na própria obra de arte. Esta harmonia é que vamos encontrar, por exemplo, no poeta que é considerado a primeira figura da poesia moderna: Baudelaire. Como se sabe, Marcel Raymond coloca-o, com muita exatidão, como centro das duas principais correntes da poesia moderna – a dos ‘artistas’, através de Mallarmé e de Valéry e a dos ‘videntes’, através de Rimbaud”.
ii) “Acredito que em todo poeta se farão sentir os apelos do inconsciente e a disciplina da razão; o cultodo irreal e a sensação da realidade; a vertigem dos sonhos e as limitações do cotidiano; o delírio e a lucidez. Não que estes estados se misturem; eles se superpõem e se completam. Em poesia o que se pode ver bem a verdade deste princípio: “a razão não é criadora; é ordenadora”. No ato da criação antes que a razão intervenha, já se terá manifestado a presença das potências obscuras do ser. Só posteriormente é que a razão completa e ordena estas potências”.
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LINS, Álvaro. “O Relógio e o Quadrante: ensaios e estudos sobre Literatura.”, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1964. p.277.