América: roteiro literário

Olá! leitor(a):
Estive ausente por umas semanas, tempo em que aproveitei para fazer um roteiro diferente nesta viagem à América e o blog recebeu manutenção da competente equipe de Suporte WordPress.

Roteiros literários (1).
Abaixo, uma sequência de crônicas literárias da viagem que planejei assim no RoadTrippers – Literary Tour of New England.

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Feito o planejamento, seguimos – nem tão à risca assim, o roteiro. E por onde fomos passando, fruímos a experiência da vida de escritores da rica região da Nova Inglaterra (New England), com direito a um “excursus”, que foi à visita à nossa afilhada Juliana Sena, na Cidade do Québec, dali um pulo a Montréal e retorno aos EUA.
Acompanhe como ficaram as crônicas desta viagem nos links abaixo.

I – Boston, JFK & Hemingway Biblioteca/Museu.

JFK, primeiro presidente católico dos EUA, faria 100 anos no passado 24 de maio.

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“Jack”, como era chamado em casa, foi aluno relapso mas brilhante observador da realidade. Suas notas baixas que incomodavam o pai Joseph Kennedy, não o impediram de seguir a carreira de escritor, em que estreou com “Why England Slept” (não traduzido no Brasil)

 

II
d1207247-4974-44f4-8a00-30551281767eA primeira parada, depois da visita a Boston e ao Museu JFK e sua coleção de Ernest Hemingway, sigo para uma cidadezinha próxima (Derry, situada no Estado de New Hampshire, entre Salem e Manchester) para a visita à “Frost Farm”, casa-museu dedicada à memória de Robert Frost.

III
Robert Frost, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain e Wallace Stevens sempre estiveram em meu radar de leitor e procurar conhecer mais sobre as suas vidas sempre me pareceu um desejo natural.

Ao visitar as casas que são dedicadas à memória de quatro deles, constato que há uma humanidade que salta dos objetos, dos móveis, dos fracassos e sucessos vividos nessas casas.
Ou seja: “A recordação tem frente e fundos,/ É tal e qual uma casa” – consoante ao poema de Emily Dickinson. Continue lendo…

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Da série “No mínimo um poema ao dia” (7)

Duas traduções de um clássico norte-americano – Robert FROST (1874-1963).

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Robert Frost (1874-1963) – montagem com a capa e última página do livro de Louis Untermeyer (St. Martin’s Griffin, NY, 1971) com seleção de poemas e comentários de L.U. (ilustr. J. O’Hara Cosgrave II) ; foto de evento na velhice do poeta…“A diferença que a poesia poderia ter feito – este o único caminho possível para o fazendeiro falido que vem a ser 0 poeta amado da América…”

 

 

 

The Road Not Taken – a primeira tradução é de José Alberto Oliveira, do blog Vício da Poesia (link).  e a segunda, de Renato Sutanna.

 

A estrada que não foi seguida

Duas estradas separavam-se num bosque amarelo,
Que pena não poder seguir por ambas
Numa só viagem: muito tempo fiquei
Mirando uma até onde enxergava,
Quando se perdia entre os arbustos;

Depois tomei a outra, igualmente bela
E que teria talvez maior apelo,
Pois era relvada e fora de uso;
Embora na verdade, o trânsito
As tivesse gasto quase o mesmo,

E nessa manhã nas duas houvesse
Folhas que os passos não enegreceram.

Oh, reservei a primeira para outro dia!
Mas sabia como caminhos sucedem a caminhos
E duvidava se alguma vez lá voltaria.

É com um suspiro que agora conto isto,
Tanto, tanto tempo já passado:
Duas estradas separavam-se num bosque e eu —
Eu segui pela menos viajada
E isso fez a diferença toda

Tradução do poeta José Alberto Oliveira, in Rosa do Mundo, 2001 poemas para o futuro.

./.

2a.) Tradução do poema de R. Frost – A ESTRADA NÃO TRILHADA – por RENATO SUTANNA.

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“Frost: a única estrada que podia ter trilhado era diferente – foi a estrada da Poesia” (Louis Untermeyer)

Num bosque, em pleno outono, a estrada bifurcou-se,
mas, sendo um só, só um caminho eu tomaria.
Assim, por longo tempo eu ali me detive,
um deles observei até um longe declive
no qual, dobrando, desaparecia…

Porém tomei o outro, igualmente viável,
e tendo mesmo um atrativo especial,
pois mais ramos possuía e talvez mais capim,
embora, quanto a isso, o caminhar, no fim,
os tivesse marcado por igual.

E ambos, nessa manhã, jaziam recobertos
de folhas que nenhum pisar enegrecera.
O primeiro deixei, oh, para um outro dia!
E, intuindo que um caminho outro caminho gera,
duvidei se algum dia eu voltaria.

Isto eu hei de contar mais tarde, num suspiro,
nalgum tempo ou lugar desta jornada extensa:
a estrada divergiu naquele bosque – e eu
segui pela que mais ínvia me pareceu,
e foi o que fez toda a diferença.

./.

Conheça, neste link – o poema original The Road Not Taken (ROBERT FROST), transcrito e falado pelo Autor.

LEIA MAIS (em inglês) Robert Frost.