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(Poema para Eugênio Andrade)
Uma rosa é uma rosa,
mas uma coisa é a rosa de Gertrude,
outra a rosa o Improviso de Andrade.
A rosa e a neve da vida breve.
De que serve uma rosa no inverno,
A não ser para arder com a lenha
na lareira da linha que se escreve?
O inverno é uma folha em branco,
alva rosa a beleza da neve.
O que mais se deseja da rosa,
senão que a neve lhe seja leve?
Na rosa da rima, a rosa é o poema.
Perdure o mistério de Eugénio.
A rosa eterna,
bela imagem do Efêmero.
Perpétua a flor do tempo.
E a flor do peito?
A face oculta
feita de pétalas pretas.
Outros outonos virão,
outros invernos,
Pela rótula do retorno.
Primavera? Verão?
Uma rosa, o coração.
Eis o link para ouvir minha récita deste poema:
Feliz por poder ampliar meus poemas falados num novo veículo.
Agradeço aos editores da Revista Perseus pela acolhida.
Cliquem na figura para ouvir o poema de Afonso Felix de Sousa, nosso conterrâneo (goiano) mais famoso no mundo da Poesia do século XX.
TURRIS EBURNEA ****Afonso Felix de Sousa.
https://revistaperseus.wordpress.com/2018/05/01/turris-eburnea/?fb_action_ids=158671438305075&fb_action_types=news.publishes
Foram degraus
e degraus
e degraus
e aqui estou
senhora
no alto
da torre
Céu limpo
e eu limpo
do pó das ruas
assim purificado
senhora
aqui eu só espero
que venhas
Enfim sós e longe
de tudo
e embalados em rede
de nuvem
que senhora farra
faremos
senhora
Enfim sós e longe
de tudo
e sentado a uma mesa
de nuvem
com que versos mais belos
senhora
vou falar do mundo
ao mundo
Por que me trazes
senhora
à janela
da torre?
Não vês
que aquele lá embaixo
crucificado
nos cruzamentos
das ruas
sou eu
senhora?
Não vês
como me jogam
as ruas
pra lá e pra cá
e como de mim fazem
gato e sapato
senhora?
Foram degraus
e degraus
e degraus
para chegar ao alto
da torre
e a torre
senhora
não existia
Afonso Felix de Sousa. “Itinerário Leste & outros poemas.”
Vista em retrospectiva, por esta coluna passaram, em 2017, vários autores críticos, poetas, cronistas, filósofos e o maior teólogo do século XX (J. Ratzinger).
Estes diálogos continuam semanais no ano que estamos começando, sempre em busca do “leitor que queima pestanas“, reavivando a velha “crônica-de-rodapé”, exemplar em Franklin de Oliveira, Augusto Meyer e Temístocles Linhares.
Para ler a coluna desta quinta-feira, clique na imagem abaixo:
Cresta a brasa em seus lábios –
o serafim contra o canto inerte.
Ei-lo aqui, a contestar os sábios
sua voz clamando no deserto.
E mesmo dos mares inavegados
sua voz clama por delicadeza –
deixai que o anjo de livro antigo
salte e vos desperte à Natureza.
As cores todas redivivas colhei
e da montanha antiga descei
ó bardo, e mostrai à nossa face
as tábuas de uma nova grei.
Todo homem sob a Terra
ainda que o mais triste,
o mais trôpego que seja
o peregrino exangue…
Saibam todos agora e exaltem
o passo à próxima porta aberta
salvos que foram pela tenaz.
O anjo crestou o lábio impuro.
Saiba todo homem e súbito
exalte a mensagem do profeta:
o vislumbre de sonho novo.
Que um pássaro da noite veio
é quem desata o próximo portal.
O poeta pela tenaz do Anjo –
fez-se em profeta alucinado.
Sim, ante à tenaz do arcanjo
de toda solidão curado,
toca o clarim da alvorada;
em rouxinol transmutado,
do Amor tece sua balada.
./.
Plantation (Flórida), 13 de FEV/2017.
[(*) Poema composto a partir da leitura de um trecho de Isaías, 6.]
A presença de vocês me deixará ainda mais feliz!
Venha participar do coquetel. Estarei autografando a partir das 19h30.
O livro tem posfácio do mestre (doutorando) Francisco Perna Filho.
Capa e projeto gráfico – Mário Zeidler Filho.
Revisão – Sérgio Marinho.
Edição – Beto Queiroz Livros , 88 p.
Eis abaixo uma Seleção da poesia de meu amigo Francisco (Chico) Perna, feita pelo próprio.
Em um tempo qualquer
[Ouvindo a Sinfonia nº. 5 de Gustav Mahler]
Eu vi o Mar
e a face líquida de Deus.
Um transbordamento
desta longa avenida,
no misterioso das águas.
São plenas,
e, daqui de cima,
sob o rumor dos motores a cortar
a carne líquida do Atlântico,
Contemplo os azulegos corcéis
desta aventura,
e precipito-me no desconhecido.
Os rios são como os cavalos selvagens,
rumam em desatino, florescem a seu tempo,
investem no que acreditam. Não respondem a ordens, seguem.
Mais?! Siga o link…
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Uma nota na coluna do dileto amigo Ulisses Aesse merece uma ressalva no adjetivo usado pelo colunista no título: de acordo com o mestre Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, em seu clássico dicionário Analógico, “colaborativo(a)”, adj. diz respeito à combinação de causas que pressupõe “feito em aliança, em perfeita comunhão, conjuntamente com, em parceira com, ombro a ombro”; já “colaboracionista” diz respeito à inconfidência (sobretudo na França ocupada), à colaboração para fins de “arreglo”; o que em hipótese nenhuma tipifica-se nesta coletânea.
Outras repercussões: Opção Cultural.
A Redação. O Popular. Coluna Oficina Poética. Revista Conexão Literatura.