Escrever é um ato solitário mas publicar pode ser solidário!

Diletos amigos do meu blog:
Daqui a 5 dias encerra-se a campanha de “Literatura Goyaz: Antologia 2015”.
QUE BOM ver que as pessoas estão compreendendo que há um pedagogia da colaboração, de um novo formato de publicação que incorpora uma prática comum numa economia em mutação.

O comentário da poetisa e educadora Maria Abadia Silva é uma amostra dessa acolhida generosa e admirável do nosso projeto:

*Excelente iniciativa Beto:
Parabéns, Traz abertura e novas formas de realização de projetos e participação. Inclusiva, abre possibilidades e incentiva a criação.

Teremos uma colheita rica e com lindos frutos a compensar esse grande trabalho de produção.

Saudações agradecidas da Abadia”

Veja nosso vídeo e inspire-se para ajudar e/ou participar como escritor dessa publicação cooperada e colaborativa.

************
Venha participar deste projeto de publicação cooperada e cooperativa.
Seja como contribuinte (Mecenas) ou como Escritor estreante ou experiente (já publicado).
Seja bem-vindo(a) à Literatura Goyaz: Antologia 2015.

Convite MecenasEssa aventura literária, começou inspirada no poeta Walt Whitman:
ERA UMA VEZ um jovem chamado Walt Whitman. Ele enxergou o futuro, mesmo vivendo no meio de um país entrecortado pela Guerra Civil.
Whitman escreveu um único livro e o reescreveu pela vida afora. Esse livro – “As folhas da relva” e um dos poemas dessa aventura literária nos chegaram ao séc. xxi com o mesmo frescor de quando o jovem Walt o escreveu:
Continuar lendo

Publicidade

Começar do ‘zero’

Uma página em branco é sempre desafio para quem escreve.
“Pain – has an element of Blank –
It cannot recollect
When it begun – or if there were
A time when it was not – *
(…)


É uma história já tão repetida que os sucessivos sofredores, frente ao mesmo problema, se repetem.

Minha referência continua sendo o poema de João Cabral de Melo Neto – que assim reza:

“Esta folha branca
me proscreve o sonho,
me incita ao verso
nítido e preciso.”

Como começar? Eis o Poeta a tudo desenhando, com a economia das palavras, o incêndio de suas páginas ou – como dizer até em meio ao cuspe, em meio às fezes, aos fluídos todos do Humano; e as flores do bem do mal se abrem, do inusitado Nada d’alma que se torna Tudo – que advém do Todo.

Só assim o poeta pode ousar escrever “a terceira das virtudes teologais” – com a discrição de quem sequer tem direito de dizer em voz alta: Amor, Caridade. Age o poeta como quem acende uma candeia, no dizer humilde e grandioso da poetisa Sônia Maria dos Santos ao justificar (se justificativas fossem necessárias) o título “Lúcida Chama”, livro lançado ontem…

separador

Eis-nos diante da página em branco.

Folha em Branco. Blanche. Blank...Vida!

TAMBÉM no comércio e nas atividades empresariais há um símile da “página em branco” Cabralina…

Quando se inicia um negócio, é preciso ter uma idéia.
Eis que esta surge como se estivesse o empreendedor diante de uma página em branco. Blank.
Por onde começar?
Há outra página em branco, quando o empreendimento falha. O que faliu sabe do que estou falando…
Grandes empresas às vezes contratam empreendedores que faliram para mostrar aos bem-postos em cargos nada vitalícios o que evitar e o que aprender com quem já enfrentou duas vezes o “Blank”.

O que inicia está diante da página em branco de que nos fala o poeta, ao fazer o plano de negócios.
Este é seu “poema”. Este é o plano humano, à imagem e semelhança do divino plano.
@the end.
O que foi à falência, está de novo diante da bendita página.
Há que buscar forças interiores para enfrentar “uma nova e inusitada página em branco“.
A que “proscreve o sonho” – ou a que o prescreveBroken heart(u)?
Nos dois casos não pode ‘dar branco‘, o desafio da página se deixa conduzir pelo sonho. O agente quase enlouqueceu.

Essa dimensão do sonho (ou do pesadelo), tem entre os índios xavantes, em sua rotina de sonhadores, uma interpretação assim:

Com o sono eu sonho
     Durmo e sonho
Os outros vão cantando

Eu sonho pra tornar felizes
  Os outros que cantarão
           meu sonho
     Eu durmo e sonho
O que os outros cantarão.*

Se isso me fez aplicar à poesia – em meu primeiro livro individual “Frágil Armação”, não deixa de ser verdade para os empreendedores. É preciso convencer o(s) Outro(s) a embarcar com você, se sonha realizar algo coletivo. A inteligência coletiva já é um passo adiante. Por ora, é preciso reter a dimensão do sonho que se sonha xavantinamente…Como um xamã que prepara a cura, como um pajé que prepara a festa ou a guerra.
Sonhar o que os outros irão cantar, costurar, desenvolver, ler, escrever, teclar etc. etc. – eis uma tarefa de poeta e empreendedor.
separador

*Citação-legenda do livro “Frágil Armação”, de minha autoria, Edit. Barão de Itararé, 1985.
(*)Post-post – o poema de Emily Dickinson foi assim traduzido por dona Aíla de Oliveira Gomes:

A dor – tem um elemento em branco.
Desde quando doi
Não se recorda, nem se houve
Tempo em que ela não foi.

Seu futuro – só ela mesma;
Seu infinito contendo
O seu passado – que deixa ver
Novos períodos – doendo.
**********************************
DONA Aíla explica no prefácio que

Emily passava pela crise maior de sua vida, e sentiu, com segura intuição, que só a atividade criadora a salvaria de queda num vazio fora do tempo e do espaço, e já além da dor: “Pain has an element of blank”, diria ela. Esse “em branco” [blank], ela só podia enchê-lo com poesia – ou perder-se nele. (…). 

Começar do ‘zero’

Uma página em branco é sempre desafio para quem escreve.
“Pain – has an element of Blank –
It cannot recollect
When it begun – or if there were
A time when it was not – *
(…)


É uma história já tão repetida que os sucessivos sofredores, frente ao mesmo problema, se repetem.

Minha referência continua sendo o poema de João Cabral de Melo Neto – que assim reza:

“Esta folha branca
me proscreve o sonho,
me incita ao verso
nítido e preciso.”

Como começar? Eis o Poeta a tudo desenhando, com a economia das palavras, o incêndio de suas páginas ou – como dizer até em meio ao cuspe, em meio às fezes, aos fluídos todos do Humano; e as flores do bem do mal se abrem, do inusitado Nada d’alma que se torna Tudo – que advém do Todo.

Só assim o poeta pode ousar escrever “a terceira das virtudes teologais” – com a discrição de quem sequer tem direito de dizer em voz alta: Amor, Caridade. Age o poeta como quem acende uma candeia, no dizer humilde e grandioso da poetisa Sônia Maria dos Santos ao justificar (se justificativas fossem necessárias) o título “Lúcida Chama”, livro lançado ontem…

separador

Eis-nos diante da página em branco.

Folha em Branco. Blanche. Blank...Vida!

TAMBÉM no comércio e nas atividades empresariais há um símile da “página em branco” Cabralina…

Quando se inicia um negócio, é preciso ter uma idéia.
Eis que esta surge como se estivesse o empreendedor diante de uma página em branco. Blank.
Por onde começar?
Há outra página em branco, quando o empreendimento falha. O que faliu sabe do que estou falando…
Grandes empresas às vezes contratam empreendedores que faliram para mostrar aos bem-postos em cargos nada vitalícios o que evitar e o que aprender com quem já enfrentou duas vezes o “Blank”.

O que inicia está diante da página em branco de que nos fala o poeta, ao fazer o plano de negócios.
Este é seu “poema”. Este é o plano humano, à imagem e semelhança do divino plano.
@the end.
O que foi à falência, está de novo diante da bendita página.
Há que buscar forças interiores para enfrentar “uma nova e inusitada página em branco“.
A que “proscreve o sonho” – ou a que o prescreveBroken heart(u)?
Nos dois casos não pode ‘dar branco‘, o desafio da página se deixa conduzir pelo sonho. O agente quase enlouqueceu.

Essa dimensão do sonho (ou do pesadelo), tem entre os índios xavantes, em sua rotina de sonhadores, uma interpretação assim:

Com o sono eu sonho
     Durmo e sonho
Os outros vão cantando

Eu sonho pra tornar felizes
  Os outros que cantarão
           meu sonho
     Eu durmo e sonho
O que os outros cantarão.*

Se isso me fez aplicar à poesia – em meu primeiro livro individual “Frágil Armação”, não deixa de ser verdade para os empreendedores. É preciso convencer o(s) Outro(s) a embarcar com você, se sonha realizar algo coletivo. A inteligência coletiva já é um passo adiante. Por ora, é preciso reter a dimensão do sonho que se sonha xavantinamente…Como um xamã que prepara a cura, como um pajé que prepara a festa ou a guerra.
Sonhar o que os outros irão cantar, costurar, desenvolver, ler, escrever, teclar etc. etc. – eis uma tarefa de poeta e empreendedor.
separador

*Citação-legenda do livro “Frágil Armação”, de minha autoria, Edit. Barão de Itararé, 1985.
(*)Post-post – o poema de Emily Dickinson foi assim traduzido por dona Aíla de Oliveira Gomes:

A dor – tem um elemento em branco.
Desde quando doi
Não se recorda, nem se houve
Tempo em que ela não foi.

Seu futuro – só ela mesma;
Seu infinito contendo
O seu passado – que deixa ver
Novos períodos – doendo.
**********************************
DONA Aíla explica no prefácio que

Emily passava pela crise maior de sua vida, e sentiu, com segura intuição, que só a atividade criadora a salvaria de queda num vazio fora do tempo e do espaço, e já além da dor: “Pain has an element of blank”, diria ela. Esse “em branco” [blank], ela só podia enchê-lo com poesia – ou perder-se nele. (…).