Caderno de rascunhos (draft xxvii)

O Tarol*
I
Minha memória musical
alhures em remota escola
toca tarol na banda marcial
e clama o direito de parola.

A sonoridade perdida,
inclusive nos poemas;
– Mas jamais si desirée’ –
“…de la musique
avant toute chose;
et pour cela préfère
L’Impair…”

Voltas, idas e vindas
co’a rara matemática
musical do regente:
muito tempo ainda
há de ensair na mente;
antes que o tio violeiro –
o nome me emprestara;
e sua viola de doze cordas
mostrasse – bem antes
das guitarras na igreja
iconoclastas – e nem assim
aprendi a tocá-las…

O incapaz de dó maior
vai tocar tarol! – determinou
o maestro ante o desafinado
contralto: capataz do coral.

II
Em compensação, a Física
toca bem – é outra coisa
matéria mais definida –
maçã bem mais vadia
caída bem direitinho
em meu 1º. caderno
do ginásio – aquela
que caindo n’alma
para sempre…

A música, entanto,
sempre ligada n’alma
sabe-se Ímpar; cabeça
é maior que 7 notas
e suas variações –
Et pourtant‘ fala à alma:
(#) sustenidos & bemóis (b)
desafinado canto alto:
Staccato‘ – para sempre
às partituras audíveis
sorvidas, outro toca
instrumental vário.
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Drafts xxvii para Cadernos II.

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