No mínimo…#14

MIDDLE AGE, poema de ROBERT LOWELL (EUA< 1917–1977).

MEIA IDADE, trad. encontrada no blog de JOÃO LUÍS BARRETO GUIMARÃES.

words-in-air-robert-lowell-and-elizabeth-bishop1*Essa ilustração se justifica porque a amizade entre Lowell e Bishop foi significativa para ambos e porque foi a leitura de Elizabeth Bishop que me levou até Robert Lowell, graças a Edward Hirsh e Paul Mariani.
A foto da capa do livro é de uma visita de Lowell à poetisa no Rio de Janeiro, simula um “abraço”, 20160213_121339mas não à brasileira e sim com o caráter distante e frio de dois filhos da América puritana. Ainda hei de voltar a Lowell e a Elizabeth em outras entradas da série “No mínimo, um poema ao dia”. A montagem da ilustração é de  BookMeBookBlog.

Now the midwinter grind
is on me, New York
drills through my nerves,
as I walk
the chewed-up streets.At forty-five,
what next, what next?
At every corner,
I meet my Father,
my age, still alive.

Father, forgive me
my injuries,
as I forgive
those I
have injured!

You never climbed
Mount Sion, yet left
dinosaur
death-steps on the crust,
where I must walk.

A monotonia do solstício de inverno
está agora em mim, Nova Iorque
atravessa-me os nervos,
enquanto percorro
as ruas maceradas.Quarenta e cinco,
e a seguir?, e a seguir?
A cada esquina,
encontro meu Pai,
da minha idade, ainda vivo.

Pai, perdoa as
minhas ofensas,
como eu perdoo
aqueles que
tenho ofendido!

Nunca escalaste
o Monte Sião, porém deixaste
pegadas de dinossauro
na crosta
por onde devo caminhar.

Publicidade