Autores do séc. 21 (2) – Karleno Bocarro

Neste segundo dos quatro artigos em que me proponho a comentar jovens autores que não estão a serviço das utopias do século passado, comento a obra “As almas que se quebram no chão“, de Karleno Bocarro*.

“Por meio da obra de Karleno Bocarro, é possível compreender os males da crença no coletivismo e da muleta do escapismo”
“Na obra, o centro do mal não decorre da ação política do protagonista
ou das demais personagens, mas sim provém de dentro da alma destes.”

Confira no link abaixo (clique na figura para ler o artigo em Opção Cultural, ed.2162)

(*) Para adquirir o livro, clique no link da editora É Realizações.

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Minhas leituras em 2008

Mes chers amis,
Vejo que essa pagina esta a ponto de ser virada e como ha estatisticas e revisoes pra todo lado, resolvi fazer a minha sobre livros.
Como meus 3 leitores podem constatar, nao sigo o credo dos criticos da hora, minha lista nada tem de atual no sentido de ‘ moda’  mas pode ter alguma coisa que lhe interesse pra 2009.
Desejo a todos que 2009 seja um Ano Bom, como se espera de um bom vinhedo e como desejamos nós bebedores de vinho e de letras.
Amities,
Beto
P.S.: Estou passando o fim-de-ano no Arizona, curtindo minha familia; a pouca disponibilidade de tempo para internet e esse teclado americano nao me permitem usar a extensao de comentarios e a ortografia que eu gosto (plena de acentos) nao importa que novas regras ortograficas nos imponham. (AQ).

1. A Morte Vem Buscar o Arcebispo, Willa Cather.

Comentado aqui.

2. Reflexões Autobiográficas, Eric Voegelin. (Prefácio e notas de Ellis Sandoz).
Comentado aqui.

3. Le Procés-Verbal, J-M.G. Le Clézio
Comentado aqui.

4. Mont-Cinère, Julien Green. Eis um livro de Green que merecia uma boa resenha. Nao a encontrei nos meus melhores mestres. A historia dessa casa americana, dessa mae sovina e dessa filha que cai em pecado mortal e fatal para toda a familia me parece um drama bem escrito e cativante.

Um comentário mal-humorado aqui, mas confesso que preciso rever. Eu me deixei influenciar por um certo mal-estar do mestre Carpeaux a respeito de Green. Hoje, pensando sobre a força de Mont-Cinère, dos personagens que não me deixam nunca, nos quais penso intensamente quando os temas são avareza e egoísmo.
Talvez a cadeira de Mauriac tenha sido muito bem ocupada (e depois abandonada!) por Green na Academie Française.

5. Leviathan, Julien Green.
https://betoqueiroz.wordpress.com/2008/01/17/green-light/

6. L´Imposture, Georges Bernanos.
Eis um romance do mau-humorado e brasileiramente francês G. Bernanos que merecia um grande comentário. História de um padre que perde a Fé! Confesso despreparado para ser o autor de tal comentário, mas quem há-de fazê-lo hoje no Brasil que esqueceu os maravilhosos escritores franceses católicos de cette belle époque?

7. La Joie, Georges Bernanos.

coletânea georges-bernanosEis-nos diante de um grande romance, apesar de se mostrar iniciamente de difícil compreensão. Ou seja é um desses livros pra se ler e se reler…

É o típico romance que suplico que alguém de um nível de leitura elevado e, de preferência, um católico conservador me ajude a compreendê-lo em seu sentido mais profundo.

Ha uma passagem bíblica em que a chave do romance pode levar o leitor à compreensão do romance (em breve, prometo escrever sobre isso) :  a entrada de uma judia num reino estrangeiro: trata-se de Ester 15:9 – “ingressa igitur cuncta per ordinem ostia…passou, pois, todas as portas e se apresentou diante do Rei”…
Um dia hei de entender a grandeza desse romance, apenas vislumbrada nessa primeira leitura, mas só o contentamento de se debruçar sobre um grande texto já é de pronto imensa diante de La Joie, asseguro.

8. O Caso Saint-Fiacre, Simenon.
De uma dezena de livros lidos e relidos. Puro entretenimento, mas é preciso lembrar que Simenon tem o livro mais cruel sobre a guerra, que tentei reler e abandonei porque o ano já teve suas crueldades próprias que dispensam ficção: Sangue na Neve, tido por Carpeaux como obra-prima do mestre do romance policial franco-belga.

9. Uma Centena de Poemas: Emily Dickinson. Trad. Aíla Oliveira.
Um leitor irado me envia um email sugerindo publicação de poemas mais ´masculinos`… insisto até chegar aos 100 poemas de Emily, tant-pis se alguém não compreende que a poesia não argui sobre gênero!

10. Ensaios vol.I, Carpeaux.
O mestre merecia uma edição assim. E ha de merecer minha atenta leitura em 2009.

11. Quem de Nós (Uma História de Amor), Mario Benedetti.
Uma novelazinha interessante de um bom poeta. Vale um fim-de-semana sem muito assunto de amor.

12. O Relógio e o Quadrante, Álvaro Lins. Fundamental e livro de referencia para quem pretende ter ou emitir algum juizo critico sobre a literatura. Era o tempo em que um critico tinha criterios e uma formacao profunda antes de se aventurar a fazer ‘resenhas’ …

13. Oh, Pioneers, Willa Cather. Fica a figura gigantesca dessa mulher Alexandra e o drama dessa familia catolica que cai na dificuldade de relacionamento que so eu bem sei em minha propria vida.

14. O Sal da Terra, Joseph Ratzinger.

15. Introdução ao Cristianismo, Joseph Ratzinger.livro-bento-xvi_intr-cristianismo

16. Aimez-vous Brahms… Françoise Sagan.

17. La Gloire de Mon Père, Marcel Pagnol.

18. Malagar, Mauriac fils.

19. Hitler e os Alemães (leitura em andamento).

20. Neve, A. Pamuk- talvez minha unica concessao ao mainstream mas valeu a pena. Um bom escritor com um bom tema e uma referencia europeia em seu gosto literario. Talvez se livre das influencias e vire um grande escritor um dia, nao pra mim, porque ja me livrei da chamada literatura fantastica.

21. História da Igreja, Pierre Pierrard (leitura em andamento).

22. O Misterio dos Frontenac. F. Mauriac. Lido nas ferias, reflexoes em andamento…
See you, guys!