Livros, a lista 2015

ESTE ANO como há muitos outros...
Eis a lista, que de resto serve a muito pouco. 2 ou 3 comentários e lixo!
O que importa é que se algum moço ou moça pelo Brasil afora tomar essa lista e procurar ler um livro por mês no ano que se segue, o blogueiro terá cumprido sua missão.
Separei este ano apenas 12 livros – nem todos dados como lidos, concluídos – pois que alguns são livros de consulta e de estudo.
A tônica de 2015 foi mesmo a de que estivemos diante de um bom ano para os conservadores. Muitos bons livros que não constam da lista – pela rigidez que me impus do número 12 atestariam essa afirmação. O catálogo de editoras como a É Realizações, Resistência Cultural e outras “alternativas” – como Concreta; o vigor de uma revista como “Nabuco” e um certo destemor na expressão de setores do pensamento nacional que pareciam sufocados pela política editorial-educacional do governo no poder são outras evidências objetivas disto.

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Livros novos ou antigos – o conservador ganhou espaço nas estantes das livrarias e editoras.

2015 – deve (e para mim foi) lembrado como o ano do Cinquentenário do livro 1 da lista – “Sonetos”, de Augusto Frederico Schmidt e da morte do autor. Este blog tem uma boa memória sobre o assunto, pois com Caminhos Livraria e Editora produzimos um livreto sobre a efeméride.
O livro 2 – é “Esquecidos & Superestimados” de Rodrigo Gurgel, o professor que realizou o prodígio de nos fazer  voltar a ler boa crítica literária em português do Brasil – no dizer de Bruno Garschagen, agradecimento feito na “orelha” do livro e que endosso, quando mais não fosse pelos ensaios sobre Euclides da Cunha e Coelho Neto.
3 – A Beleza Salvará o Mundo (Gregory Wolfe) – um estilo próprio para dizer o que precisamos em meio ao ruído ideológico das guerrilhas, elevando o debate e marcando estilo próprio. Não, não é um pastiche de Bloom como este não o foi de Mortimer Adler…Escritor, professor e editor, Wolfe é um dos pioneiros do ressurgimento do interesse na relação arte e religião.
4 – A Poeira da Glória – Um Martin Vasques da Cunha para ser estudado. Livro de referência. Como anda na contra-mão da crítica tupiniquim, há de desagradar a muitos. O curriculum do autor e a qualidade do texto devem enriquecer meu 2016.
5 – Bruno Garschagen – fez-me sedimentar uma intuição. O que eu já imaginava – que “governo nos olhos dos outros é refresco” – se confirma; foi por isso que acompanhei com prazer a leitura de “Pare de Acreditar no Governo”.
6 – JÚLIO MESQUITA e seu tempo – de Jorge Caldeira, vol. 1 – o Jornal de prelo locomotores e República; seguido de outros 3 volumes. Do primeiro posso dizer que há sim interesse por um catatau sobre a história do criador de O Estado de São Paulo, porque o que se conhece não é apenas o jornal (do qual sou leitor e assinante) mas o país do período retratado e este assino deste pequenininho – como nacionalista não eufórico.
7 – G.K. Chesterton – “Contos de fadas e Outros Escritos” – outro exemplo de retomada da obra de um conservador na mão de uma editora alternativa, publicação via crowdfunding – sem dinheiro de governos e bancado pelos leitores, como este blogueiro.
8 – Javier Marías – “Assim começa o mal” – Uma ficção de valor que é para a vida se movimentar em pura imaginação. Neste caso pecaminosa e soberbamente bem escrita. O desejo é o pano de fundo da história, tal como “é um dos motores mais poderosos da vida”. Uma outra Beatriz que não move o poeta mas um ficcionista de valor – um dos que dominam plenamente sua arte.
9 – O diário sentimental de uma viagem ao Chile será sempre lembrado pelos bons livros que de lá trouxe. Em minha viagem, relatada aqui e no jornal Opção, cito este e outros livros. O Antologista Erwin Díaz nos prova com “Poesia chilena de hoy” que o pequeno país costeiro tem, além de dois prêmios Nobel, uma rica poesia, além e apesar do icônico Pablo Neruda.
10 – Dona Adélia – Poesia Reunida. A paixão do verso e a postura civica me fazem amar esta cidadã. “Lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo” – tenho que concordar em como Drummond colocou-a em verso definida.
11 – “A vida intelectual” – Há muitos anos recebi um arquivo pdf com este texto que agora a É Realizações traz a lume. O padre e educador A.D.Sertillanges é para ser lido, relido, estudado e tido à cabeceira. Evoé, editores, por este “livro dedicado a todos aqueles que desejam uma vida pleana…” Eu me senti incluído e feliz com a edição.
12 – Olavo de Carvalho – “A  dialética simbólica”. Sim, não se assuste amigo de formação e prática política. É muito bom esse livro, apesar de ser uma seleta de artigos, anotações de aulas e que ficariam dispersos não fosse o esforço do pensador e do editor de reuni-los em livro “de grossa lombada”. Mesmo que considerados “escritos menores” esses textos trazem a marca de “um dos mais originais e audaciosos pensadores do Brasil”. Eu sou muito grato ao professor Olavo por ter acompanhado seu (dele) COF – não a tosse! – mas o Curso Online de Filosofia e com ele aprendi muito. Se você conseguir passar por sobre a camada de verniz que o nome recebeu – como os móveis antigos de bom Carvalho devem receber – perder o preconceito, há de descobrir um pensador original e um provocador que nada tem de sisudo mas que pode e deve ser levado a sério para pensarmos o país.

De resto, Boas Leituras a você e um 2016 de reencontro com a Essência.
Abraço fraterno

Beto Queiroz

Poesia Falada também é Poesia…É o declamador que vai acordar os poemas prisioneiros das páginas dos livros antigos (e nem tanto…).

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