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Jorge Luis Borges (1)
EM Destarte, coluna do Opção Cultural Online, desta quinta-feira, 19, escrevo sobre Borges.
SE “somos versículos, palavras ou letras de um livro mágico, e esse livro incessante é a única coisa que existe no mundo; ou melhor dito: é o mundo…” (conforme Léon Bloy, citado pelo próprio Borges) — ele, Borges, é um capítulo único e desafiador desse livro coletivo que se escreve com sofreguidão abaixo do Equador.

Segundo Carpeaux, Borges “integrou os elementos irracionalistas do criacionismo num sistema filosófico cuja tese principal é o caráter cíclico do Tempo e, portanto, a reversibilidade de todos os acontecimentos. Mas em vez de um tratado de metafísica, escreveu contos filosóficos, as “ficciones” altamente fantásticas, engenhosamente construídas e baseadas em notas eruditas diabolicamente inventadas, com a ajuda de toda a erudição fabulosa de que Borges dispõe realmente. É uma arte das mais requintadas, algo fria e desumana, sempre fascinante: obra significativa do século XX”.
“A flor de Coleridge”, de Borges e JLG
BORGES
“Aqueles que copiam minunciosamente um escritor fazem-no de modo impessoal, fazem-no por confundir esse escritor com a literatura, fazem-no por supor que se afastar dele em um ponto é afastar-se da razão e a ortodoxia. Durante muitos anos, eu acreditei que a quase infinita literatura estava em um homem. Esse homem foi Carlyle, foi Johannes Becher, foi Whitman, foi Rafael Cansinos-Asséns, foi De Quincey” (Jorge Luis Borges, em Outras inquisições).
Histoire(s) du cinéma: Les signes parmi nous
“Em 1938, Paul Valéry escreveu: “a história da literatura não deveria ser a história dos autores e dos acidentes de uma carreira ou da carreira de suas obras e sim a história do Espírito como produtor ou consumidor de literatura. Essa história poderia chegar ao fim sem mencionar um só escritor”. Não era a primeira vez que o Espírito formulava essa observação; em 1844, no povoado de Concord, outro de seus amanuenses havia anotado: “diria-se que uma só pessoa havia redigido quantos livros há no mundo; tal unidade central há neles que é inegável que sejam obra de um só cavaleiro onisciente” (Emerson: Essays, 2, VIII). Vinte anos antes, Shelley julgou que todos os poemas do passado, do presente e do porvir, são episódios ou fragmentos de um só poema infinito, erigido por todos os poetas do universo (A Defence of Poetry, 1821).
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