Citação do livro de Robert Alter(*)
“KAFKA registrou a sua visão de anjo no diário no dia 25 de junho de 1914. Apresentada como uma narrativa em primeira pessoa, ela parece o rascunho de uma história que ele não chegou a terminar, ou que preferiu não desenvolver para publicação. O narrador, o ocupante de um quarto alugado, tinha passado o dia inteiro andando de um lado para o outro no aposento, numa mistura de agitação e tédio.
Um pouco antes de anoitecer, ele presencia um acontecimento extraordinário.
“Ele percebe um tremor no teto de reboco branco. Surgem diversas rachaduras, e depois várias ondas de luz colorida, amarelas e douradas, que dão ao teto uma estranha transparência.
“Parecia haver algumas coisas pairando acima dele,
querendo entrar.”
“De repente, um braço segurando uma espada de prata atravessa o teto e o narrador vê nele “uma visão envida para a minha libertação“.“Acontece então o estágio crucial da revelação. Num acesso de violência, o narrador sobe na mesa, arranca o lustre de bronze do teto, e o atira ao chão. Na mesma hora o teto se abre…”
Continue para ler a citação completa, transcrita na fig. abaixo:
Deixo você, querido leitor, sob a luz fraca do anjo, pois creio que esta é melhor do que a feérica iluminação de nossas cidades deste 21o. Século. Bom domingo!Baixe o PDF do livro aqui.
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(*)Fonte: “ALTER, Robert. “Anjos Necessários: Tradição e Modernidade em Kafka, Benjamin e Scholem”, Imago, 1991,p.151. Íntegra do livro e download.