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Arquivo da categoria: Érico Nogueira
Érico Nogueira, post curtos (i)
Ele tem 38 anos e um doutorado em Letras. É de Bragança Paulista (SP). Foi finalista do Prêmio Jabuti em 2015. É polemista e tradutor; deve torcer pro Bragantino. Odeia o desAcordo Ortográfico; lê e escreve em Latim; foi próximo de Bruno Tolentino; leu todo o Kant e escreveu um livro inteiro “sobre” os últimos poemas de Hölderlin; gosta de Lucano e Horácio; de Olavo de Carvalho e deve gostar de seu (dele) editor, Edson Filho, da É Realizações; detesta poesia “cocô-de-cabrito” que praticamos eu e tu (você, vai! diria o Professor Nogueira, apaixonados que somos por Cabral; e dessa epigonia, de poetas e críticos pós-cabralinos, desfiliou-se há tempos…/”Quanto à cena poética brasileira, o prestígio internacional da poesia de Tolentino reabriu espaço para uma poesia mais filosófica e menos social, mais lírica e menos seca — mais clássica, em suma, e menos comprometida com a rigidez das vanguardas.” Nogueira pratica uma “Arte aristocrática” — uma espécie do que é (foi?!) Alexandre Soares Silva para a prosa (tupiniquim e) miúda dos 90… é polemista (eu não!).
Alegra-me saber que tenho um contemporâneo dessa estirpe.
Às vezes, só de vez em quando, me parece pedante… Logo-logo, volto ao livro “Quase Poética” — donde, sim, devo voltar trazendo uns posts curtinhos, rerrerê! como diz o doutor Nogueira – na linguagem da geração dele.
Acho que esqueceram de postar a casa onde nasceu o jovem bardo bragantino… Eu achei essa foto num arquivo escondido na Casa de Rui Barbosa, data de 1979, mesmo ano de nascimento do poeta-crítico-tradutor.
Amostra 2.
Múmia helenística
****Érico Nogueira
Patético o corpo que se embalsamasse
no auge da forma, e num túmulo hermético
se trancafiasse, coroa-de-rosas
e olor de jasmim temperando a figura.
Estéril a voz que trincasse o cristal,
vencesse o ouvido e sumisse da goela
sem antes dizer todo o bem, todo o mal,
e o núcleo de nós, tão vazio e secreto.
Histérico, enfim, o desejo de glória,
de corpo, de voz, de porquê, de remédio,
que mata de enfarte, não mata de tédio,
e quando, soberbo, possui, joga fora.
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in Poesia bovina (São Paulo: É, 2014).
fonte – link + poemas: