Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, da Bíblia Ottheinrich. (c) Imagem do Wikimedia Commons.
Guerras, conflitos, terremotos, maremotos e tsunamis, sequestros, assaltos, violência entre Nações e entre pessoas, epidemias, doenças estranhas (e raras), mortes, mortes em profusão. Será o fim dos tempos? – Será o apocalipse agora?
O apóstolo São João previu esses eventos, no livro que encerra os canônicos do Novo Testamento. Essa narrativa cifrada e assustadora para alguns, é o Apocalipse, a visão dos “últimos tempos”.
Muito antes, os profetas hebreus haviam tecido muitos comentários sobre esses fatos que a Igreja designa “novíssimos” – isto é, tudo o que diz respeito às coisas finais, individual ou coletivamente e que está ligado à escatologia.
Isaías talvez seja o mais eloquente nesse campo, ao descrever o Juízo Universal como uma cena de terra devastada. Continue lendo.
S.Bernardo de Claraval – aos monges do convento de Cister*
Mas “Porque te deprimes, ó minha alma e te inquietas dentro de mim? Espera em Deus, porque ainda hei de louvá-lo: Ele é minha Salvação e meu Deus” (Sl.42:5).
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Este é o meu desejo quando o erro me assalta a razão, quando a angústia toma conta de minha disposição e quando o temor aterroriza a minha memória. Então, se também com vocês ocorrer essas coisas o que eu lhes desejo é: uma maravilhosa serenidade, abundante doçura e eterna perseverança que transborda.
O primeiro desses desejos será realizado pelo Deus da Verdade; o segundo, pelo Deus de Amor e o terceiro pelo Deus Todo-Poderoso.
E tais coisas serão tão bem realizadas porque Deus estará por inteiro nelas e, por isso, a razão receberá Luz inexintiguível; a vontade, paz inabalável; a memória será para sempre renovada por uma fonte que nunca seca.
Estejam todos, pois, firmemente acertados que o primeiro vem do Filho; o segundo do Espírito Santo; e o derradeiro, do Pai. Contudo, nada disso pode ser obtido sem o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
(*) Fonte: “Saint Bernard, Abbot of Clairvaux, Selections from his writings”, Cambridge University Press, 2013, p.89.
Este foi o tema do curso que fiz com a professora, musicista e brilhante palestrante Jane Ellen.
Como meus seis leitores sabem, estou nos EUA, num programa de estudos continuados da UNM CONTINUING EDUCATION – seguindo o “Osher Lifelong Program“, um tempo precioso que estou investindo, neste período outonal no hemisfério norte (Fall’14) em cursos, preferencialmente sobre a era Medieval.
“Knowledge is a road to wisdom.
The Human soul is made for the Eternal”
– esta é minha legenda nesse período, tirei da obra de São Boaventura.
Até agora, passados +30 dias de permanência no Novo México, eu vos digo que este foi o melhor curso. A paixão pelo assunto e o conhecimento da palestrante como musicista que é, fizeram o perfeito complemento para que o curso “19844 Hildegard of Bingen” saísse do catálogo da UNM para o meu coração e minha mente.
The Man in Sapphire-Blue
O que pretendo com essa série de posts é transmitir-lhes um pouco do continuado interesse que Hildegard pode gerar ao estudioso de nossos tempos interessado nas lições da Idade Média e tão carente de boa música e de aprofundar sua espiritualidade.
Há razões para amar Hildegard hoje, mas é melhor percorrer o caminho que leva ao coração e ao espírito – é o que mais conta nesta jornada. Hildegard é um dos pontos profundos entre os mestres e místicos da Idade Média.
Nascida em família nobre na cidade de Bickelhein/Rhineland (Alemanha), esta freira visionária fundou dois mosteiros, compôs mais de 70 canções – em sua maioria, música angélica -; escreveu mais de 100 cartas a amigos, confessores, bispos, arcebispos e poderosos dirigentes de sua época – em alguns ipassando um pito; compôs mais de 70 poemas; escreveu e publicou 9 livros sobre temas diversos, incluindo temas diversos como o uso medicinal das plantas, botânica e biologia além de, naturalmente, caminhos de divinização da vida (ver ‘Scivia’, adiante).
RECOMENDO que você, leitor, continue lendo e ouvindo a sequência musical abaixo, de uma série de obras compostas por Hildegard, vou contando o resto…